Representantes dos funcionários do Itaú se reúnem nesta quarta-feira, 2, com a direção do banco, em São Paulo, para discutir o problema das demissões, a proposta de bancarização dos trabalhadores da área de financiamento de veículos, a Fináustria, e a insegurança nas chamadas “agências de negócios”.
Na última rodada de negociação, ocorrida no dia 13 de maio, na sede da Contraf-CUT, o banco afirmou que pretende integrar os trabalhadores da Fináustria à categoria bancária. Trata-se de um setor do banco que possui 1.829 empregados em todo o país.
Bancarização
Hoje, os funcionários da Fináustria atuam como bancários mas são registrados como comerciários, não tendo os mesmos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária.
O piso atual destes trabalhadores é de cerca de R$ 900. Com a bancarização, deverá passar para R$ 1.648,12, que é o piso da categoria bancária. Eles também continuarão recebendo as comissões pelo financiamento de veículos.
Pela proposta do banco em análise pelas entidades sindicais, os trabalhadores terão direito à PLR (Participação nos Lucros e Resultados), PCR (Participação Complementar nos Resultados), auxílio-educação, reembolso do combustível ao utilizar automóvel no trabalho e todas as demais conquistas da categoria.
Outra mudança importante está na jornada de trabalho, que passará a ser de 6 horas em vez de 8 horas, alcançando cerca de 1.600 trabalhadores. A jornada trabalhada aos sábados será considerada hora extra com adicional de 50% e aos domingos e feriados com adicional de 100%.
Ainda pela proposta do Itaú, os funcionários da Fináustria terão direito de folgar um final de semana cheio por mês.
Emprego
As entidades sindicais também querem discutir com o Itaú o fim das demissões, que não se justificam diante dos lucros bilionários do banco.
No primeiro trimestre de 2014, o lucro já chegou a R$ 4,5 bilhões, um crescimento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado. Entretanto, o Itaú cortou 733 vagas no mesmo período, totalizando 2.759 nos últimos 12 meses.
Falta de segurança
Outro problema grave é a falta de investimento do banco em segurança. Pior, o Itaú tem implantado um novo modelo de agências de negócios, onde trabalham bancários, funcionam caixas eletrônicos, mas não existem vigilantes nem equipamentos de segurança.
O Sindicato pressiona o Itaú contra este modelo de agência e encaminhou denúncias à SRTE-MG, à Polícia Federal e ao MPT.
Reunião da COE do Itaú
Antes da negociação, foi realizada uma reunião da COE do Itaú, na sede da Contraf-CUT, no centro de São Paulo, para analisar a proposta de bancarização feita pelo Itaú.
Também foram realizados debates sobre os demais temas da mesa de negociação com o banco.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT