Milhares de trabalhadores e dirigentes de entidades sindicais da CUT e outras centrais sindicais de todo o país, dentre eles centenas de bancários, já estão em Brasília mobilizados para ocupar o complexo do Congresso Nacional, para convencer os parlamentares da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) a votarem contra o PL 4330, que legaliza a terceirização e abre as portas para a precarização do trabalho em todo o país. O projeto deve ser colocado em votação nesta quarta-feira, 14.
A avenida das Nações, importante acesso ao Plano Piloto da capital, amanheceu bloqueada por manifestantes nesta terça-feira, 13, em protesto à votação do PL 4330.
Distribuídos por estado, bancários de todas as regiões do país estão na Câmara dos Deputados tentando convencer os parlamentares de suas regiões a votarem contra o projeto que institui a precarização do trabalho no país.
Às 14h, parte dos militantes ocupará a CCJC. A ideia é permanecer em vigília até esta quarta, dia provável da votação.
A CUT Nacional montou um verdadeiro acampamento em frente ao Congresso Nacional, com tendas para o apoio logístico às delegações dos Estados
Mesa quadripartite
Por mais de cinco horas, a CUT e as demais centrais sindicais reuniram-se com representantes dos empresários, do governo federal e do Congresso para mais uma rodada de negociações sobre o PL 4330 nesta segunda-feira, 12.
A Central conseguiu convencer o governo e o relator do PL, deputado federal Arthur Maia (PMDB-BA), sobre a necessidade de dar continuidade à discussão. Porém, os empresários foram intransigentes e não abriram mão de colocar o texto em votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) já nesta quarta-feira, 14.
Sindicato em luta contra o PL 4330
O Sindicato une forças à CUT no combate ao absurdo projeto que causa grandes prejuízos aos bancários e à classe trabalhadora em geral. No dia 6 de agosto, a entidade foi às ruas e retardou em uma hora a abertura de algumas agências bancárias na região central de Belo Horizonte para protestar contra o PL.
Durante o ato, o Sindicato distribuiu à população material informativo convidando todos a se manifestarem contra o projeto e pressionarem os deputados que analisarão a proposta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania na Câmara (CCJC).
Além da manifestação no dia 6 de agosto, o Sindicato já havia promovido ato público contra o projeto no dia 4 de julho, participou de um ato no Ministério Público do Trabalho em maio deste ano e de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais em junho.
Projeto precariza relações de trabalho e enfraquece organização dos trabalhadores
Com a forte possibilidade de o PL 4330 ser colocado em votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, a CUT, além de prosseguir com as negociações, decidiu também mobilizar seus dirigentes e militantes para pressionar os deputados. No dia 6 foi realizado um dia nacional de mobilizações, com atos em todo o país em frente às federações patronais.
De autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), o projeto que precariza ainda mais a vida dos trabalhadores terceirizados já recebeu aval do relator do texto na CCJC, o deputado Arthur Maia (PMDB-BA), e apenas aguarda a votação.
O trabalhador terceirizado permanece 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada semanal de três horas a mais e ganha 27% a menos que o contratado de forma direta, de acordo com um estudo de 2011 da CUT e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Além disso, a cada dez acidentes de trabalho, oito ocorrem entre terceirizados.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT e CUT