Na última quinta-feira, 16 de setembro, o Banco do Brasil publicou um comunicado interno “convidando” os bancários que estão em regime de teletrabalho para retornem ao regime presencial de forma voluntária. Porém, o que estamos vendo na prática é algumas diretorias contradizendo as diretrizes do banco divulgadas aos administradores e pressionando a convocação dos funcionários independente da imunização e do risco de exposição ao vírus no retorno presencial.
O BB não exige a vacinação de quem pretende voltar ao presencial, mostrando estar alinhado às práticas genocidas e negacionistas do inquilino do Palácio do Planalto.
Segundo a OMS, só será possível controlar a disseminação da Covid-19 quando atingir o mínimo de 70% da população imunizada. E, graças à incompetência e interesses escusos do governo federal, sabemos que esse índice ainda está longe de ser alcançado.
Mesmo com o retorno ao presencial voluntário, como o BB colocou no primeiro momento, o movimento sindical entende que a medida ainda é muito precipitada, tendo em vista que o corpo funcional não está completamente vacinado com as duas doses exigidas pela OMS, colocando a vida dos bancários em risco. Diferente das unidades de atendimento, os serviços executados pelos funcionários das unidades táticas e estratégicas podem ser realizados em regime de teletrabalho como vem se mostrando ao longo desses dezoito meses.
No ano passado, o Banco do Brasil assinou um acordo de teletrabalho que entrará em vigor tão logo seja decretado o fim da pandemia do Brasil, e por isso não entendemos essa pressão velada que as diretorias estão fazendo com os funcionários para que o retorno seja imediato. Sabemos que nesse período a grande maioria dos funcionários tem desempenhado suas funções no trabalho remoto sem prejuízo ao banco. Ao contrário, a instituição tem tido uma grande economia administrativa com o teletrabalho.
“Vemos esse movimento como uma decisão política para agradar o mandatário da nação, reconhecido negacionista e antivacina. Decisão que vai aumentar a circulação de pessoas que poderiam continuar produzindo de casa sem colocar-se ou colocar o próximo em risco. Procuramos a Dipes que nos disse que, por se tratar de uma decisão voluntária, os termos desse retorno são inegociáveis com as entidades sindicais “, ressaltou Rogerio Tavares, diretor do Sindicato.
E quem trabalha na linha de frente como fica?
Para os funcionários que, desde o começo da pandemia, estão na linha de frente atendendo à população, esse comunicado não altera nada na situação caótica que as agências se encontram por falta de pessoal. Segundo eles, nessas unidades de atendimento os únicos funcionários que estão em regime de teletrabalho são aquelas que se declararam como “grupo de risco”.
Para Rogério Tavares, a solução para aliviar a falta de funcionários nas unidades passa por mais contratações. “Isso é o que temos cobrado do banco há tempos. Sabemos que esse concurso atual não vai resolver o problema por causa do número baixo de vagas que o banco disponibilizou para esse certame. O movimento sindical reivindica mais contratações, exigência de total imunização para a volta e que seja realmente voluntária como indicado no próprio comunicado do BB”, finalizou.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região