Propostas do Fórum pela Visibilidade Negra definem ação global contra racismo

30/11/2023

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Propostas do Fórum pela Visibilidade Negra definem ação global contra racismo

Os trabalhadores do ramo financeiro devem atuar de forma abrangente contra o racismo e qualquer forma de discriminação, no universo do trabalho e em todos os ambientes. Essa foi a definição do VII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado pela Secretaria de Combate ao Racismo da Contraf-CUT nos dias 10 e 11 de novembro de 2023, em Porto Alegre.

“O evento reafirmou nosso compromisso de enfrentar e combater todas as formas de discriminação, como forma de promoção permanente da igualdade, independente do sexo, de raça, cor, orientação sexual, religião, identidade de gênero, fator geracional ou deficiência”, resume o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar.

O dirigente observa que “as práticas discriminatórias favorecem apenas aqueles que detêm a hegemonia do capital, concentram riquezas, segregam e precarizam as relações e as condições de trabalho na sociedade”, cobrando que os bancos coloquem em prática o que está na legislação e nos acordos trabalhistas.

Entre as ações cobradas estão a contratação de negras e negros e tratamento igualitário no encarreiramento, garantindo-lhes a possibilidade de ascensão a cargos comissionados. Nesse processo. As propostas de ação, segundo Almir, “são necessárias para o estabelecimento de uma democracia plena no Brasil”. Para isso, complementa, “é necessário desconstruir a categoria de trabalhadores de segunda ou terceira classe, e isso só é possível quando todos nós, trabalhadores e trabalhadoras, exercermos de fato a cidadania”.

Confira as propostas completas aprovadas pelo Fórum:

Fortalecer a campanha por mais contratação de negras e negros no sistema financeiro

  • Realizar formação com a temática racial junto com a Secretaria de Formação Sindical
  • Realizar o Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial, com ênfase nos dados sobre a ausência de negros e negras no sistema financeiro
  • Fortalecer a criação dos Coletivos de Combate ao Racismo nas federações e sindicatos
  • Ampliar e estreitar parcerias e estabelecer alianças com o movimento negro e outros
  • Acompanhar a inserção da população negra nos locais de trabalho, tanto na admissão como no encarreiramento, e nas instâncias do movimento sindical por meio de pesquisas e outras formas de monitoramento
  • Envidar todos os esforços para as entidades sindicais incluírem mais negros e negras em suas direções
  • Criar pautas do Coletivo Nacional de Combate ao Racismo para a minuta de reivindicações, com desdobramento na mesa temática de igualdade de oportunidades
  • Apresentar ao Ministério da Igualdade Racial um programa de incentivo a empresas que aderirem a um programa de inclusão racial corporativo
  • Atuar pela criação de um protocolo de intenções entre os bancos públicos e os ministérios da Igualdade Racial, da Educação e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, para promover a inclusão de bolsistas do Prouni (Programa Universidade para Todos) no programa de estágios
  • Debater junto aos bancos um novo Censo da Diversidade
  • Propor na mesa de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a reserva de 30% das vagas como cotas raciais para contratação em bancos privados
  • Propor na mesa de negociação com a Fenaban a reserva de 30% dos cargos de confiança dos bancos privados como cotas raciais
  • Propor protocolo de intenções entre os bancos públicos e os ministérios da Igualdade Racial e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, para promover a reserva de 30% dos cargos de confiança dos bancos públicos para cotas raciais, atendendo ao Decreto 11.443/2023, que dispõe sobre o preenchimento por pessoas negras de percentual mínimo de cargos em comissão e funções de confiança no âmbito da administração pública federal

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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