28 de abril: Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho

Desde 2005, 28 de abril é celebrado como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. A data presta homenagem às trabalhadoras e trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho e chama a atenção para a necessidade de políticas de prevenção e construção de um ambiente trabalhista seguro. Para a categoria bancária, a data relembra a necessidade de uma gestão que não explore as pessoas, a fim de evitar o adoecimento mental causado pela cobrança abusiva de metas e de práticas de controle excessivas.

No Brasil, os acidentes de trabalho causam, em média, sete mortes por dia, segundo informações do Ministério Público do Trabalho e da OIT Brasil (Organização Internacional do Trabalho), que totalizaram 2.538 mortes em 2021. Os números são alarmantes e podem ser ainda maiores, visto que o levantamento considerou apenas os trabalhadores com carteira assinada. A pesquisa ainda destacou que trabalhadores terceirizados estão mais suscetíveis a condições de risco e à falta de políticas adequadas de prevenção, o que acontece, especialmente, devido ao descaso das organizações com as medidas de segurança.

Por isso, é relevante que os empregadores se atentem à importância do desenvolvimento de uma cultura organizacional voltada para práticas que mantenham a saúde e a segurança dos trabalhadores. Deste modo, desenvolvendo medidas de treinamento, fiscalização e identificação dos riscos que podem afetar suas funcionárias e funcionários.

Saúde mental dos trabalhadores

Os transtornos mentais relacionados ao trabalho também devem ser uma preocupação, visto que, cada vez mais, esse é um problema que aflige as trabalhadoras e trabalhadores brasileiros.

Na categoria bancária, os quadros de adoecimento mental, como burnout, depressão, síndrome do pânico e estresse são recorrentes. De acordo com uma pesquisa recente realizada pela Contraf-CUT e pela Universidade de Brasília, cerca de 80% dos trabalhadores do ramo financeiro afirmaram ter tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. Por isso, o Sindicato está em constante negociação com os bancos a fim de garantir melhores condições de saúde e trabalho às bancárias e bancários.

“As mudanças tecnológicas alteraram muito o trabalho bancário. Hoje, a maior parte do adoecimento não é mais físico e sim psíquico. A busca incessante por lucro e resultados faz com que o sistema de gestão dos bancos seja a principal causa do adoecimento da categoria. É necessário que os bancos invistam em programas de proteção à saúde dos trabalhadores e que as metas estabelecidas sejam factíveis”, afirmou Valdenia Ferreira, diretora de Saúde do Sindicato.

 
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Justiça do Trabalho e Ministério da Saúde