Fenaban chega à mesa sem proposta de aumento salarial

13/08/2024

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Fenaban chega à mesa sem proposta de aumento salarial

A 7ª rodada de negociações da Campanha Nacional 2024, nesta terça-feira, 13, começou com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não trazendo nenhuma proposta às reivindicações das cláusulas econômicas: aumento real dos salários, melhorias na PLR e demais remunerações, incluindo vales alimentação e refeição (VA/VR). O argumento apontado pelos bancos foi a competitividade no setor, argumento já rebatido pelos trabalhadores.

“Nossa expectativa é que tivessem apresentado uma proposta completa, diante de todas as informações que trouxemos nas mesas anteriores, defendidas com dados sobre a realidade do setor e capacidade dos bancos, que é o setor com maior geração de lucros no país”, destaca a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Outras reivindicações

A Fenaban trouxe algumas devolutivas de reivindicações da categoria:

1. Criação de cláusula de combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho - O mecanismo já existe e a novidade trazida pela Fenaban é a inclusão do termo "assédio moral". A ideia é reforçar e a aprimorar o canal de denúncias, com garantia de anonimato às vítimas e denunciantes e acompanhamento pelos sindicatos.

2. Saúde mental dos bancários - A Fenaban não trouxe retorno efetivo sobre o tema das metas, mas sinalizou propostas que foram criticadas pelo Comando. Por conta disso, ficou de remodelar o texto, que será entregue na próxima negociação.

3. Contratação de mulheres na TI - Os bancos apresentaram propostas de formação de mulheres para a área de TI, com bolsas e requalificação.

4. LGBTQIA+, em especial pessoas transgênero  - Criação de cláusulas de repúdio à discriminação, com canais de apoio, respeito ao nome social e garantia do uso do banheiro conforme o gênero que a pessoa se reconhece. Isto inclui, também, letramento em toda a categoria para o combate à discriminação.

5. Mudanças climáticas - Haverá cláusula de criação de Comitê de Gestão de Crise, sempre que pedido pela Contraf-CUT em casos de calamidade. O comitê terá autorização prévia para tomada de decisões necessárias aos bancários atingidos. Entre essas ações, estão a liberação de teletrabalho e de banco de horas.

6. Combate à violência contra a mulher - Reforço ao programa de apoio às bancárias vítimas de violência doméstica, previsto em cláusulas na CCT. O Comando também cobrou acesso amplo e periódico aos dados e medidas tomadas, a fim de aprimorar o programa. 

7. Igualdade salarial entre gêneros - Para atender às obrigações da lei federal de igualdade salarial, a Fenaban irá melhorar a divulgação do relatório de transparência salarial do setor. Os representantes dos bancos afirmaram que estão trabalhando um plano de ação para alcançar a igualdade.

8. Censo da Diversidade da categoria - Inicialmente, a Fenaban disse que não há necessidade da realização do censo, porém, os bancários rebateram. As ponderações, a Fenaban irá reavaliar a decisão.

O que faltou - O Comando Nacional cobrou outros pontos, como reivindicações de pais de PCDs, combate ao endividamento dos bancários, respeito ao direito à desconexão, combate à terceirização, garantia dos empregos, jornada de quatro dias, ampliação do teletrabalho, além do aumento real. Os trabalhadores exigiram que, na próxima reunião, em 20 de agosto, a Fenaban traga respostas.

Calendário

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Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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