Inteligência Artificial afetará entre 40% e 80% dos empregos, segundo estudos
30/09/2024
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Cerca de 80% dos empregos serão substituídos pela Inteligência Artificial (IA) nas próximas décadas. A avaliação foi divulgada em artigo do bilionário Vinod Khosla, cofundador da Sun Microsystems e investidor da Netscape, Amazon, Google e OpenAI. Em análise, ele completa que o fenômeno não será necessariamente ruim e tem alto potencial de gerar riquezas para todos. Mas isso, se os governos tomarem medidas de regulamentação e a partir de mecanismos que ele mesmo defende, como a renda básica universal e redução da jornada de trabalho semanal.
"Khosla fala o que nós temos defendido há bastante tempo: regulação realizada pelo Estado, renda básica e jornada reduzida, de forma que os impactos da tecnologia no mercado de trabalho não resultem no aprofundamento das desigualdades e sim em ganhos sociais para todos e todas", observa a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
Um estudo divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em janeiro, apontou, por outro lado, que a IA irá afetar 40% dos empregos em todo o mundo. Em países como Estados Unidos e Reino Unido, o impacto será maior, entre 60% e 70%. No Brasil, a estimativa da entidade é que 41% dos empregos com alta exposição à Inteligência Artificial serão afetados.
Cenário na categoria bancária
Uma das maneiras defendidas pelo movimento sindical bancário para que os ganhos com a tecnologia sejam partilhados com os trabalhadores é a redução da jornada de cinco para quatro dias semanais. Proposta menos ousada que a defendida pelo bilionário Vinod Khosla, que fala de uma semana de trabalho de três ou até um dia.
O Dieese estima ainda que a implementação da jornada de quatro dias semanais, entre os bancários que hoje realizam jornada de 37 horas semanais, teria o potencial de criar mais de 108 mil vagas no setor, ou 25% do total de vagas que existem atualmente. "Seriam geradas ainda mais 240 mil vagas, ou 55,5% da quantidade atual, caso a jornada reduzida fosse implementada entre os trabalhadores que hoje realizam jornada semanal de 30 horas", completa o economista do Dieese responsável pelos cálculos, Gustavo Cavarzan.
Além da renda básica universal e redução da jornada, a taxação de grandes fortunas é outro instrumento defendido por estudiosos para tentar reverter o violento processo de concentração. A Pesquisa Desigualdade Mundial 2018 demonstrou que a partir dos anos 1980, o setor privado passou a assumir grande parte dos recursos que antes eram de patrimônio público, isso em quase todos os países: ricos ou emergentes. "Enquanto a riqueza nacional aumentou substancialmente, o patrimônio público hoje é negativo ou próximo de zero nos países ricos", completam os autores da pesquisa.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT