Movimento sindical bancário debate saúde do trabalho e define diretrizes para 2025

29/11/2024

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Movimento sindical bancário debate saúde do trabalho e define diretrizes para 2025

O Coletivo Nacional de Saúde da Contraf-CUT se reuniu, nos dias 26 e 27 de novembro, em São Paulo, para fazer um balanço sobre o cenário da saúde do trabalho no país e os desafios para a categoria bancária. A secretária de Saúde da Fetrafi-MG e diretora do Sindicato, Luciana Duarte, participou dos debates. Na avaliação das entidades, antigos problemas persistem, decorrentes da pressão por metas, com aumento da competição e adoecimento da categoria.

A auditora fiscal do Ministério do Trabalho, Geovania Motroni, que participou do encontro, apresentou resultados da Ação Especial Setorial (AES), realizada em estabelecimentos bancários do Rio de Janeiro. "A AES realiza inspeções nos bancos e representa um modelo estratégico, com abordagem diferenciada e proativa, que utiliza o diálogo social numa atuação de forma coletiva para a prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, bem como para o saneamento de irregularidades trabalhistas, com o objetivo maior de promover o trabalho decente", explicou a auditora. Segundo ela, de 75 ações fiscais no estado carioca, foram gerados 293 autos de infração.

A coordenadora do Laboratório de Estudos sobre Saúde e Trabalho (ESTER) da Unicamp e médica especializada em saúde do trabalho, Marcia Cristina Bandini, pontuou que o cenário de transtornos mentais e suicídios relacionados ao trabalho segue preocupante. Ela também reforçou que a participação dos trabalhadores organizados é essencial para o andamento das pesquisas, uma vez que os resultados são fundamentais para a construção de medidas para promover o trabalho decente e saudável.

Maria Maeno, doutora em Saúde Pública pela USP, ressaltou que “é preciso colocar a Saúde do Trabalho no coração dos governos federal, estaduais e municipais, como acontece com os temas direito à segurança alimentar e nutricional”. Tendo atuado como médica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Maeno reconheceu que o debate sobre a saúde dos trabalhadores no setor público ainda é incipiente.

Avaliação sobre 2024

Representantes de bancárias e bancários identificaram problemas graves nos bancos contra a saúde dos trabalhadores, concluindo que eles seguem descumprindo as normas de saúde e cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).  "As metas abusivas continuam: as cobranças são intensas para os resultados serem alcançados, impactando ainda mais nossos colegas com adoecimento físico e psíquico. Dentro disso, o assédio moral, exercido pelos mecanismos de avaliação de desempenho e remuneração variável", explicou Mauro Salles.

Integrantes do Coletivo Nacional de Saúde destacaram, também, que serviços médicos dos bancos vêm sendo utilizados para descartar trabalhadores fragilizados, e que programas internos de prevenção não são efetivos, nem transparentes.

Para Luciana Duarte, o seminário foi muito importante. Já demonstramos para a Fenaban, através de pesquisas, a situação de adoecimento das bancárias e dos bancários. Precisamos envolver todos os setores da sociedade na solução destes graves problemas, pois é exatamente ela que está pagando a conta do desrespeito dos empresários e banqueiros com os trabalhadores”, ressaltou.


Palestrantes - encontro Coletivo Nacional de Saúde da Contraf-CUT

Diretrizes para 2025

Os dois dias de encontro resultaram em uma lista de diretrizes para as ações no próximo ano:

  • Vigilância permanente nos ambientes de trabalho
  • Negociação permanente – Mesa de Saúde e Comissões de Organização dos Empregados (COEs) concomitante com mobilizações
  • Fiscalizar cumprimento CCT/ACT/Legislação/Previdência
  • Formação para ação: Estudar CCT/ACT; Normas Regulamentadoras; SUS
  • Estudos e pesquisas sobre impacto da gestão e da organização do trabalho na saúde dos bancários
  • Campanhas – Nova fase do “Menos metas, mais Saúde”
  • Dialogar com bancários sobre sua saúde e condições de trabalho, buscando elevar a consciência sobre a relação das políticas e práticas da gestão e o sofrimento/adoecimento
  • Ação junto às instituições responsáveis de promover saúde e fiscalizar os locais de trabalho (Ministério do Trabalho; Saúde; Previdência; Assistência social; Direitos Humanos; MPT; parlamento, etc.)
  • Lutar para estipular: a) Metas coletivas alcançáveis; b) Sem alteração das regras durante o exercício de apuração; c) Metas de acordo com a realidade e porte de cada agência; d) Aumento da pontuação mínima em caso de fechamento da agência ou afastamentos por acidente, doença ou licenças; e) Sem cobrança de metas durante as férias; entre outras questões

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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