Mais de 472,3 mil brasileiros foram afastados do trabalho devido a transtornos mentais e comportamentais em 2024, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Previdência Social. Em comparação ao ano anterior, houve um aumento de 67%, refletindo o crescimento de quadros ansiosos, depressivos e de outras condições psicológicas.
A dorsalgia, dor na coluna, foi a causa mais recorrente dos afastamentos em 2024, chegando a mais de 200 mil registros. No entanto, quando somados, os casos de adoecimento mental superam esse valor. Apenas no ano passado, foram mais de 141 mil casos de transtornos ansiosos e cerca de 113 mil episódios depressivos, demonstrando a necessidade urgente de medidas de prevenção destes quadros.
A categoria bancária é uma das mais afetadas pelo adoecimento mental, sofrendo constantemente com a pressão pelo cumprimento de metas, demissões e sobrecarga de trabalho. Uma pesquisa realizada pela Contraf-CUT e pela Universidade de Brasília (UnB) demonstrou, por exemplo, que 40% dos trabalhadores do ramo financeiro estavam em acompanhamento psiquiátrico em 2024.
“Os bancos precisam rever sua forma de gestão. A organização do trabalho nos bancos está levando cada vez mais a categoria bancária ao adoecimento mental. Mesmo batendo recordes de lucro a cada ano, a pressão diária por resultados e o assédio moral institucionalizado tem sido a principal causa do adoecimento”, explicou Valdenia Ferreira, diretora de Saúde do Sindicato.
Para Ramon Peres, presidente do Sindicato, os dados deixam claro, mais uma vez, o grave cenário que o movimento sindical tem denunciado e tratado como prioridade nas discussões com os bancos. “A cultura que se estabeleceu no setor bancários, de obrigar cada vez menos funcionários a atingirem metas cada vez mais exorbitantes, está destruindo a qualidade de vida dos trabalhadores. A saúde é um bem inegociável e seguiremos exigindo condições dignas de trabalho e responsabilidade social”, destacou.
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A sua denúncia é uma ferramenta essencial para que o Sindicato possa atuar para garantir que bancárias e bancários tenham empregos dignos e que seus direitos sejam respeitados. Utilize o Fale Conosco, ligue no número (31) 3279-7800 ou utilize a ferramenta específica para denúncias de Assédio Moral (clique aqui).