Banco Central aumenta aperto financeiro contra população com taxa de juros em 14,25%
20/03/2025
Notícias
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), decidiu nesta quarta-feira, 19, elevar mais uma vez a taxa básica de juros do país (Selic) em 1 ponto percentual. Com isso, o índice passa a valer 14,25% ao ano e reforça a posição do Brasil como um dos países mais caros para se viver e para o desenvolvimento de empresas.
"Há anos, o Brasil mantém uma taxa básica de juros abusiva e que, além de influenciar nas altas taxas de juros de todo o sistema bancário, somente beneficia um pequeno grupo de rentistas. A última queda na Selic foi em maio do ano passado, que já estava num nível absurdo, de 10,50%. A entidade voltou a subir o índice em novembro e não parou mais, a cada novo encontro do Copom", explica a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.
Nas decisões sobre a Selic, o BC aponta como justificativas a pressão do preço dos alimentos e da energia, isso porque a Selic é hoje o principal instrumento utilizado pela entidade para controlar a inflação. Porém, economistas apontam que este argumento é falacioso, pois o aumento de preços não está relacionado ao consumo das pessoas, mas sim a outros fatores como a questão ambiental.
Remédio errado, paciente doente
O remédio escolhido pelo Banco Central está prejudicando a saúde do Brasil, como já indicaram abertamente nomes renomados como o professor da Universidade de Columbia, Joseph Stiglitz. Ao contrário da visão do mercado brasileiro, que apoia as decisões do Copom, o prêmio Nobel de economia afirmou que as altas taxas de juros praticadas ao longo dos anos pelo Banco Central trouxeram sérios prejuízos ao país.
Os principais beneficiados com a Selic elevada são os detentores dos títulos da dívida pública. Atualmente, as instituições financeiras são as maiores detentoras desses papéis. Levantamento realizado pelo Dieese mostra que, em 2023, a União pagou mais de R$ 732 bilhões com juros dos títulos. O valor equivale a 4,3 vezes os investimentos com o Bolsa Família, 3,3 vezes o orçamento para a Saúde e 5 vezes o orçamento para a Educação.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT