Bancárias e Fenaban aderem à carta “Eu Apoio o Movimento pela Igualdade no Trabalho”
08/04/2025
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Imagem: Matheus Itacaramby
Nesta segunda-feira, 7, aconteceu a cerimônia de lançamento do 3º Relatório de Transparência Salarial, em Brasília. Durante o evento, o governo federal lançou o Guia para Negociações Coletivas e a carta pública “Eu Apoio o Movimento pela Igualdade no Trabalho”, com adesão do movimento sindical bancário e da Fenaban.
"A desigualdade salarial entre mulheres e homens persiste porque é necessário que haja mudanças estruturais em nossa sociedade, desde a responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado até a mentalidade de cada empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores", ressaltou a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
O Guia para Negociações Coletivas (clique aqui para acessá-lo) tem reflexões sobre a discrepância salarial e de oportunidade entre homens e mulheres, no ambiente de trabalho, e orienta sindicatos e empregadores na construção de estratégias à igualdade.
Na carta pública “Eu Apoio o Movimento pela Igualdade no Trabalho”, o Ministério das Mulheres e o Ministério do Trabalho e Emprego expuseram o cenário da desigualdade de gênero em várias camadas da sociedade e o reflexo disso para a economia. “Segundo um estudo do Banco Mundial, se as mulheres tivessem as mesmas oportunidades que os homens no mercado de trabalho, o Produto Interno Bruto (PIB) global poderia crescer mais de 20%. Na mesma linha, um outro estudo da Organização Internacional do Trabalho demonstra que o Brasil poderia expandir a economia em 382 bilhões de reais se implementasse políticas moderadas de igualdade de gênero. Esse valor seria duplicado com igualdade plena!”, diz trecho do documento.
Categoria adere compromisso
A coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, assinou a carta em nome da categoria. "O Comando representa 450 mil trabalhadores na negociação coletiva com os bancos. E, neste âmbito, temos a mesa permanente Igualdade de Oportunidades, que completa 23 anos, onde discutimos como dirimir as desigualdades salariais entre homens e mulheres, entre negros e não negros, como resolver as questões ligadas a qualquer tipo de discriminação", explicou a dirigente.
Resultados do relatório
O 3º Relatório de Transparência Salarial revelou que a razão salarial entre homens e mulheres permaneceu praticamente estável desde o balanço anterior. Em 2024, as mulheres ganhavam, em média, 20,9% menos que os homens no país.
O documento trouxe alguns dados positivos, como a diminuição de estabelecimentos com, no máximo, 10% de mulheres negras: de 21,6 mil, em 2023, para 20,5 mil, em 2024. Além disso, ocorreu o aumento de estabelecimentos com até 5% da diferença na remuneração média entre homens e mulheres: de 16.703 para 17.380, entre 2023 e 2024. Outro avanço foi a ampliação de empresas que responderam ao Relatório de Transparência, de 50 mil para 53 mil.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT