Santander é acusado de financiar desmatamento em massa na América do Sul

28/05/2025

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Santander é acusado de financiar desmatamento em massa na América do Sul

Uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian, em 15 de maio, expôs graves denúncias contra o banco Santander, acusado de financiar o desmatamento em larga escala no bioma do Gran Chaco, um dos ecossistemas mais importantes da América do Sul. A matéria, baseada em investigação da ONG Global Witness, aponta que o banco co-organizou US$ 1,3 bilhão em financiamento para a agroindústria argentina Cresud, que já desmatou mais de 170 mil hectares de floresta nativa.

De acordo com o The Guardian, o financiamento promovido pelo Santander está diretamente ligado à destruição de uma área crítica que abrange partes da Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil. “Estamos testemunhando um ecocídio”, afirmou à reportagem um dos líderes indígenas da região, denunciando que comunidades, como o povo Qom, estão sendo forçadas a deixar suas terras e perdendo seus modos de vida por conta da devastação patrocinada por grandes grupos econômicos.

Compromissos ambientais em xeque

O Santander publicou, em 2018, uma política de sustentabilidade que prevê restrições a atividades que envolvam desmatamento e assumiu o compromisso público de zerar suas emissões líquidas até 2050. No entanto, a investigação mostra que essas diretrizes não estão sendo cumpridas na prática, uma vez que o banco continua financiando empresas com atuação questionável do ponto de vista ambiental e social. 

Procurado pela reportagem, o Santander não respondeu diretamente às acusações e tampouco comentou sobre sua relação com a Cresud. A empresa argentina, por sua vez, não quis se manifestar. Enquanto isso, ativistas e especialistas alertam que, sem mudanças estruturais e fiscalização efetiva, o Gran Chaco poderá ser completamente desmatado até 2080. 

O Sindicato e a Contraf-CUT repudiam com veemência qualquer prática que viole direitos humanos, destrua o meio ambiente ou comprometa o futuro do planeta. “Bancos que operam no Brasil, como é o caso do Santander, têm responsabilidade não só com seus acionistas, mas com toda a sociedade”, afirmou Rita Berlofa, secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT e funcionária do Banco. 


Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

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