Conferência Estadual: trabalhadores debatem saúde e cenário político de Minas

05/07/2025

Notícias
Conferência Estadual: trabalhadores debatem saúde e cenário político de Minas

O segundo dia da 27ª Conferência Estadual dos Bancários de Minas Gerais teve início com painéis que debateram o presente e o futuro do país e dos trabalhadores. Delegadas e delegados realizaram mesas sobre a conjuntura política de Minas Gerais e saúde da categoria. 

No início do dia, o presidente da CUT Minas, Jairo Nogueira Filho, falou sobre a necessidade de se enfrentar o projeto político representado por Romeu Zema, governador do estado. “Temos que mostrar às pessoas que Zema não é o grande administrador que ele diz. Minas Gerais está cheia de problemas e o governador pretende, para se projetar nacionalmente, entregar o estado para a iniciativa privada e retirar a necessidade do referendo popular para a venda da Cemig e da Copasa”, explicou.

Saúde das trabalhadoras e dos trabalhadores

A secretária de Saúde da Fetrafi-MG e diretora do Sindicato, Luciana Duarte, abriu a mesa sobre saúde destacando que, estatisticamente, a categoria bancária representa um número muito grande de afastamentos por saúde em relação à sua proporção no mercado formal. Luciana explicou também que, atualmente, a mesa permanente de saúde com os bancos tem tratado de questões como a NR1, que passou a incluir os riscos psicossociais, e a NR17, que trata de ergonomia.

Taciara Scoton, psicóloga da Prefeitura de Juiz de Fora e do Sintraf JF, apresentou um panorama geral sobre o conceito de saúde mental e as causas do adoecimento. A palestrante explicou que saúde mental, segundo a OMS, é um estado de bem-estar em que o indivíduo consegue lidar com o estresse normal da vida. De acordo com Taciara, esta saúde é afetada por fatores biológicos, psicológicos e ambientais.

No ambiente de trabalho, questões como a insegurança no emprego, a falta de autonomia, sobrecarga de trabalho e as metas inatingíveis são fatores adoecedores. “O incentivo à competitividade dentro dos bancos vai adoecendo os trabalhadores. Se um bancário tem que competir com um colega, ele não é colega ou amigo, mas sim um rival. Gera-se uma desconfiança que vai adoecendo as trabalhadoras e os trabalhadores”, ressaltou.

A assistente social do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Juiz de Fora, Ana Paula Souza, falou sobre o papel dos sindicatos para a construção de uma política de saúde do trabalhador no Brasil. “Foi o movimento sindical que disse que não era permitido prosseguir daquela forma. Que o trabalhador tinha que ser respeitado em sua completude”, afirmou. Ela explicou, também, a função do Cerest, que grande parte dos trabalhadores não conhece, e reforçou a importância de cobrar atuação do Estado em relação às condições de trabalho adoecedoras.

Vanderleia de Paula, secretária de Saúde da Fetec-CUT/PR, também falou às delegadas e os delegados sobre o adoecimento no ramo financeiro, fruto de fatores como assédio moral institucionalizado, pressões e incentivo ao individualismo. A dirigente apresentou, ainda, a campanha “Dá uma pausa, mude a causa”, voltada para a prevenção e conscientização dos trabalhadores sobre priorizar a saúde mental e viver além do trabalho, mudando as estruturas que adoecem por meio da ação coletiva. Conheça aqui.

 

Outras notícias