Por Ramon Peres, presidente do Sindicato
10 de setembro marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, uma data voltada para ampliar a conscientização sobre o adoecimento mental e reforçar a importância de falar sobre o tema. É fundamental que toda a sociedade esteja unida para assegurar o direito de todos os brasileiros e brasileiras a uma vida com saúde mental, bem-estar e acolhimento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas, em todo o planeta, vivem com algum tipo de transtorno mental. Além disso, dados da instituição apontam que o suicídio ceifou ao menos 721 mil vidas apenas em 2021. Não há como negar que isso está ligado a trabalhos estressantes, baixos salários e condições de vida precárias.
O adoecimento mental se manifesta, principalmente, por meio da depressão, quadros de ansiedade e Burnout, que representa o esgotamento profissional. E a categoria bancária, constantemente pressionada por metas e exposta ao assédio moral, é uma das mais afetadas.
Diante dessa realidade preocupante, o movimento sindical bancário está sempre atento e atuante para cobrar mais responsabilidade dos bancos. Nós, membros do Comando Nacional dos Bancários, temos uma mesa permanente com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para tratar do tema, propor soluções e proteger a saúde das bancárias e dos bancários.
É verdade que os bancos ainda insistem, de forma leviana, em afirmar que não é possível vincular o trabalho bancário ao adoecimento mental. Mas estamos avançando no tema e já provamos, por meio de estudos com a categoria, que os modelos de gestão estão diretamente associados a essas patologias.
Nas últimas mesas de saúde, discutimos com a Fenaban sobre as mudanças na Norma Regulamentadora (NR) 1, que incluem questões relacionadas à saúde mental nas diretrizes gerais de segurança e saúde no trabalho no Brasil. Cobramos que os bancos se adequem às novas regras, com urgência, e elaborem uma cartilha sobre assédio, parâmetros de um ambiente de trabalho saudável e formas de identificar e enfrentar situações de violência organizacional.
Outros avanços ainda precisam vir, com o reconhecimento, por parte dos bancos, de que práticas como a despersonalização dos trabalhadores, o uso de ameaças como ferramentas de gestão e o estímulo à competitividade tóxica estão adoecendo e até mesmo matando trabalhadores. Não descansaremos até conseguirmos mudar, de fato, essa estrutura tão nociva à sociedade.
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