Evento da UNI Américas Finanças debate impactos da inteligência artificial no sistema financeiro

07/11/2025

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Evento da UNI Américas Finanças debate impactos da inteligência artificial no sistema financeiro

Aconteceu nesta quinta-feira, 6, a “Jornada sindical internacional: Inteligência Artificial (IA) no sistema financeiro”, evento realizado pela UNI Américas Finanças e pela SASK (Centro de Solidariedade Sindical da Finlândia), com apoio da Contraf-CUT e Seeb-RJ. Durante o encontro, foram aprofundados os impactos da IA no emprego e no sistema financeiro mundial, além de experiências do uso das novas tecnologias nos processos de negociação coletiva e os desafios nas mesas de negociação diante da revolução tecnológica.

Bancárias e bancários de Minas Gerais foram representados no evento por Eliana Brasil, diretora do Sindicato e da Contraf-CUT; Mônica Brull, diretora do Sindicato; e Carolina Gramiscelli, secretária de Organização do Ramo Financeiro da Fetrafi-MG. 

A presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, alertou que as mudanças tecnológicas não estão sendo neutras, ou seja, não estão atingindo de forma igual todas as camadas sociais. "Essa neutralidade não existe porque, no capitalismo, a IA é comandada e controlada por grandes corporações que têm como principal objetivo maximizar seus lucros, concentrando ainda mais a renda nas mãos de poucos, em detrimento da maioria", explicou.

Atualmente um pequeno grupo de empresas, as chamadas “big techs”, controlam as tecnologias mais utilizadas por pessoas, empresas e governos. “Essa concentração permite que essas big techs tenham forte influência no mundo, a ponto de ameaçar a soberania digital e a autonomia da classe trabalhadora, portanto a própria democracia”, aprofundou Juvandia Moreira.

Regulação e transição tecnológica justa

Uma das estratégias articuladas pelo movimento sindical no Brasil para reverter o impacto negativo de concentração do controle das tecnologias é a participação em debates públicos sobre regulação. Além disso, os trabalhadores também defendem o estímulo aos programas de requalificação profissional, a fim de garantir uma transição tecnológica justa. 

“Na categoria bancária, em 2024, conquistamos na Convenção Coletiva de Trabalho, o comprometimento dos bancos em apoiar a formação de mulheres na área de tecnologia, resultando na concessão de cerca de 3.100 bolsas de estudos”, contou Juvandia Moreira. Ela também reforçou a necessidade de colocar o ser humano no centro dos debates sobre a tecnologia. 

"O dia de hoje foi extremamente produtivo e interessante, porque discutimos não só o impacto da IA no mercado de trabalho, na estruturação do trabalho, mas sobre a utilização no dia a dia do mundo sindical. Afinal, precisamos garantir que a IA também resulte em benefícios aos trabalhadores", ressaltou a secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa.

Participaram ainda como palestrantes do evento Catalina Beltrán (da Associação Colombiana de Empregados Bancários/ACEB), Marcio Monzane (secretário Regional da Uni Global no continente americano), Angelo Di Cristo (chefe de departamento da UNI Finanças Global), Millena Alves (economista do Dieese na subseção da FEDERA RJ) e Carlos Eduardo Bezerra Marques (presidente da Fetrafi-NE). Guillermo Maffeo (diretor regional da UNI Américas Finanças) participou como mediador.


Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

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