Sindicato cobra responsabilidade do BB no retorno ao trabalho presencial

13/10/2021

Banco do Brasil
Sindicato cobra responsabilidade do BB no retorno ao trabalho presencial

Desde o último dia 15 de setembro, quando o Banco do Brasil passou a “permitir” o retorno ao trabalho presencial, sem qualquer negociação com o movimento sindical, o Sindicato reivindicou uma mesa para debater o tema com o banco. Naquele momento, o retorno ainda era um “convite” e, desde então, a entidade orientou funcionários para que não retornassem, a não ser que fosse mesmo da sua vontade. E, ainda, para que denunciassem os abusos e casos de assédio.

Uma vez que o teletrabalho atual foi implantado em caráter emergencial, era sabido que o a hora do retorno presencial chegaria. O problema é o momento e a forma como este processo está se dando no BB. Para o Sindicato, o ideal é aguardar até que os funcionários tenham o ciclo vacinal completo, observar as particularidades de cada local, as normas municipais e que isso ocorra de forma gradual, dando tempo para a adaptação à nova realidade. “Temos mães que tiraram seus filhos da escola, dispensaram babás, temos ainda pessoas que foram morar com os pais ou em outro lugar onde se sentiam mais seguros. Não dá para mudar tanta coisa do dia para a noite”, destacou Luciana Bagno, funcionária do BB e diretora do Sindicato.

No dia 27 de setembro, após ato promovido na frente do Edifício BB em Brasília, parte do movimento conseguiu uma conversa com a direção do banco, ocasião em que foi exposta a opinião dos sindicatos. Ficou, então, acertado um encontro entre a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e o banco para debater o tema, o que ocorreu no dia 30 de setembro.

Na reunião, o BB apresentou motivos para o retorno e afirmou que se observa um declive na curva de contaminação, que é mostrada diariamente no Conselho Diretor. Segundo o banco, além desta razão, também foi levada em conta a forma com que o retorno tem se dado em outros bancos que também já iniciaram este movimento.

Os representantes dos funcionários reafirmaram que ainda não é hora para o retorno e que ele deve ser gradual, respeitando a vacinação dos trabalhadores e observando protocolos mais rigorosos. Foi apresentada também uma lista de reivindicações:

  • Trabalho remoto deve permanecer como estratégia para a continuidade do serviço, podendo ser adotado sempre que a natureza do trabalho permitir
     
  • Respeito às normas municipais, estaduais e federais, acerca de ações para enfrentamento da pandemia de Covid-19, nos ambientes do BB
     
  • Rodízio entre os trabalhadores da mesma equipe do trabalho remoto, para evitar a eventual contaminação de todas as pessoas de uma mesma área
     
  • Retorno ao trabalho presencial de forma gradual, considerando a situação epidemiológica da Covid-19 no Brasil e na região onde a unidade está localizada
     
  • Possibilidade da flexibilização da jornada de trabalho dos funcionários (em até 1 hora para os que possuem jornada de 6 horas e até 2 horas para os de jornada de 8 horas) para que seja possível reduzir a quantidade de funcionários presentes nos ambientes de forma simultânea e estipulando turnos de trabalho, desde que não haja prejuízos às atividades desenvolvidas na dependência
     
  • Priorização do atendimento não presencial ao público
     
  • Evitar reuniões presenciais
     
  • Acompanhamento dos gestores da equipe, verificando diariamente o estado de saúde de todos e a eventual manifestação de sintomas como tosse, cansaço, congestão nasal, coriza, mialgia (dor no corpo), dor de cabeça, dor de garganta, dificuldade para respirar, febre e perda de olfato
     
  • Cuidados no deslocamento para o trabalho para evitar transporte público nos horários de pico
     
  • Criação de comissão bipartite para a construção de um manual de conduta dos funcionários do Banco do Brasil no retorno ao trabalho presencial

O movimento sindical ainda aguarda retorno do BB sobre as demandas apresentadas, mas já atua em nível local, conversando com os gestores dos grandes centros, além de Gepes e SESMT.

“Temos grande preocupação com os funcionários do prédio da rua Guarani em BH, por exemplo, que possui um sistema de ar condicionado antigo e apenas dois elevadores pequenos para atender contingente de 600 pessoas que circulavam no prédio antes da pandemia. No caso do prédio da Rua da Bahia, nossa preocupação é ainda maior, pois lá foram entregues dois andares durante a pandemia. Como garantir o distanciamento necessário com menos espaço do que aquele que tínhamos antes da pandemia?”, questionou a diretora Luciana Bagno.

Além das intervenções locais, o Sindicato também tem visitados os locais de trabalho e promovido plenárias para esclarecer e ouvir os colegas, que estão extremamente aflitos com o retorno repentino promovido pelo BB. A primeira plenária foi realizada no dia 29 de setembro e uma nova reunião ocorrerá na próxima sexta-feira, 15 de outubro (mais detalhes serão divulgados em breve).

 

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