Bancários cobram da Fenaban valorização das mulheres e aprimoramento de canais contra assédio

15/03/2023

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Bancários cobram da Fenaban valorização das mulheres e aprimoramento de canais contra assédio

A pedido do Comando Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se comprometeu a acolher as reivindicações da categoria para o combate à violência de gênero e à desigualdade entre homens e mulheres no trabalho. A manifestação ocorreu nesta terça, 14, ao final da mesa de Igualdade de Oportunidades.

Cenário pior para mulheres - Relatório apresentado pela técnica do Dieese Rosângela Vieira, mostrou que, no mercado de trabalho, as mulheres ganham, em média, 21% menos que os homens. Na categoria bancária, a desigualdade é um pouco mais aprofundada: 22,2%. Na movimentação do emprego bancário, em 2022, houve favorecimento do sexo masculino, com abertura de 3.933 vagas para eles e a eliminação de 1.106 postos de trabalho entre as mulheres. A proporção de mulheres nas vagas de TI também caiu de 31,9% para 24,9%

“Desde a pandemia, principalmente, houve expansão da área de tecnologia dos bancos e isso impactou no crescimento de profissionais de TI no setor. Entretanto, o número de mulheres, em relação aos homens, diminuiu em tecnologia. Isso reflete uma questão estrutural, porque, historicamente, as mulheres sempre foram menos incentivadas a atuar nas áreas tecnológicas”, observou a coordenadora do Comando Nacional e presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Canais de combate à violência doméstica – O Comando cobrou dados sobre a implementação dos programas de combate à violência doméstica nos bancos. “Nós pedimos um balanço sobre os programas, os números de atendimento e também que os canais sejam melhor divulgados para as funcionárias. Queremos entender como os canais estão funcionando, como está sendo a recepção das vítimas e o encaminhamento, inclusive jurídico, que os bancos estão dando às mulheres que fazem denúncias”, disse a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes.

Projeto Basta! Não Irão Nos Calar! - Buscando atender mulheres vítimas de violência, o movimento sindical bancário desenvolveu, por conta própria, o “Basta! Não Irão Nos Calar!”. No Sindicato dos Bancários de BH e Região, a iniciativa foi implementada em julho de 2022. Saiba mais aqui.

Compromissos da Fenaban - Os bancos afirmaram que vão aprimorar os canais de acolhimento às vítimas de violência na família ou no ambiente de trabalho. Uma reunião com as áreas de recursos humanos das instituições também deve ser agendada para discutir a queda na contratação de mulheres. Já em 30 de março, ocorrerá um encontro com representantes dos bancos, do movimento sindical e ONGs para implementar as propostas contra o assédio e apresentação de medidas para combater a desigualdade de gênero.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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