COE cobra do Santander postura anunciada nas propagandas

09/05/2023

Santander
COE cobra do Santander postura anunciada nas propagandas

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reúne com a direção do banco, no dia 22 de maio, para debater igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. A reunião ganhou ainda mais importância após a divulgação de campanha publicitária do banco para o Dia das Mães. O Santander afirma que as mulheres têm renda mensal 21% menor do que os homens e, por esta razão, vai conceder desconto na mesma porcentagem em produtos bancários.

Lucimara Malaquias, coordenadora da COE Santander, afirma que o banco deve agir para além da publicidade no mês das mães. “Está mais do que na hora de o banco retomar seriamente, por exemplo, o debate sobre a licença menstrual, que foi pauta de reivindicação na Campanha Nacional dos Bancários 2022. Mas na ocasião, o banco alegou que ‘ainda não há ambiente interno para conduzir esta questão, porque não há maturidade suficiente das bancárias brasileiras para implementar a medida’. Sendo que na Espanha, país de origem do conglomerado, esta medida já é lei e é cumprida pela mesma instituição financeira”, afirma a dirigente.

Discriminação de gênero na hierarquia do Santander

Outro ponto que chama a atenção na peça publicitária que está sendo divulgada é o seu final, quando se afirma que, há mais de 10 anos, não há diferença salarial entre homens e mulheres dentro do Santander. Segundo Lucimara, esta diferença de fato diminuiu ao longo dos últimos anos e pode não ser observada quando homens e mulheres exercem a mesma função, mas o problema da discriminação de gênero persiste na ascensão na carreira. O último Relatório de Sustentabilidade emitido em 2022 pelo Santander aponta que apenas 25% dos cargos de diretoria eram ocupados por mulheres.

Fim da desigualdade

De acordo com dados apresentados no Fórum Econômico Mundial, o mundo precisará de 257 anos para superar esta desigualdade de gênero no trabalho. “Queremos essa igualdade já! Somos metade da população mundial, em alguns setores financeiros somos a maioria e nada justifica um salário diferenciado”, cobra Rita Berlofa, funcionária do Santander e secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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