COE cobra mudanças na reestruturação da rede de agências Santander

07/02/2024

Santander
COE cobra mudanças na reestruturação da rede de agências Santander

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu com a direção do banco, na tarde desta terça-feira, 6, para cobrar explicações quanto ao processo de reestruturação na rede nacional de agências, batizado de Multicanalidade. Paula Moreira, funcionária do Santander e diretora do Sindicato, participou da reunião presencial. “Neste momento de mudanças, foi importante apresentarmos ao banco os principais questionamentos e preocupações de bancárias e bancários da base. No dia 22 de fevereiro, vamos retomar o debate, sempre exigindo respeito aos trabalhadores”, afirmou.

No dia 22 de janeiro, o Santander publicou comunicado para informar que gerentes Van Gogh e gerentes de empresa não frequentarão mais as agências. Os gerentes Empresas passarão a maior parte do tempo visitando seus clientes e os Van Gogh farão visitas e atendimentos pela plataforma digital. Houve, também, mudança na carteira de clientes com divisão baseada num diâmetro de cinco quilômetros da residência de cada um.

A justificativa é que o cenário do sistema financeiro está sendo reconfigurado, devido a mudança do perfil dos clientes e dos meios de pagamento. O objetivo é ser, nos próximos 10 anos, o banco de preferência dos seus clientes, considerando que, hoje, no mercado, grande parte dos brasileiros usam mais de um banco. O cliente que optar pelo atendimento presencial será recebido nas agências pelo Gerente de Negócios e Serviços (GNS) ou pelo Líder da agência.

Respeito às negociações

A COE cobrou respeito às cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). “É um desrespeito do Santander com os trabalhadores e o movimento sindical, por não priorizar as negociações e a comunicação também com os clientes. Haja vista que a reestruturação já está acontecendo. São muitas mudanças e de alto impacto para as condições de trabalho e para a saúde dos trabalhadores”, afirmou a coordenadora Wanessa Queiroz.

A Comissão apresentou diversos pontos de preocupação, sendo a primeira a falta de treinamento para os GNS, que ficarão sobrecarregados. O Santander garantiu que irá contratar 600 bancários para o cargo de GNS, em todo o Brasil, para atender as demandas nas agências e oferecer cursos e treinamentos para os novos e os que já estão no atendimento aos segmentos Van Gogh e Empresas.

Quanto aos gerentes Van Gogh e Empresas, o movimento sindical questionou as condições de segurança dos trabalhadores. “Eles andarão a todo momento perto das suas casas. Todo mundo saberá quem eles são e qual o cargo que ocupam. Além disso, eles precisam de condições para fazer o trabalho, como um chip ou celular exclusivo do banco, uma mochila para carregar todo o equipamento necessário e convênio no Uber Corporativo para a realização das visitas aos clientes”, alertou Wanessa. “O objetivo é fazer adequação da rede, melhorar a plataforma digital, mas não houve nenhum investimento para melhorar o espaço de trabalho dos funcionários”, completou.

Outro ponto de incômodo é que a agência vai passar a ser classificada pelo faturamento total, com medidor de qualidade de monitoramento do atendimento e do pós-venda coletivo.

O Santander já sinalizou a disposição de fornecer chip ou aparelho celular, mochila de transporte adequada, plano de Uber Corporativo e criar alguns pontos de encontro em diversas localidades, nomeados de hub, para que os gerentes possam trabalhar de lá.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

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