A CAIXA obteve líquido contábil de R$ 11,733 bilhões em 2023, alta de 20% na comparação com o de 2022, segundo análise do Dieese com base nos relatórios do balanço divulgado nesta terça-feira, 27. A margem financeira do banco chegou aos R$ 60,8 bilhões, crescimento de 19,5% em 12 meses, influenciado, principalmente, pelo aumento de 20,8% nas receitas com operações de crédito.
“A partir desta análise do Dieese, vemos que, com o trabalho monumental das empregadas e empregados, que estão a cada dia mais sobrecarregados, a CAIXA viu seus resultados melhorarem. E isso precisa ser reconhecido e valorizado pela direção do banco”, disse o diretor da Contraf-CUT, Rafael de Castro.
O aumento da sobrecarga a que se refere o dirigente da Contraf-CUT é constatado com a análise dos dados sobre o incremento de 1,9 milhão de clientes CAIXA, sem que houvesse aumento de pessoal. No período, o número passou de 86.959 para 86.962, com acréscimo de apenas três empregados.
“A CAIXA até contratou novos empregados, mas também houve desligamentos. O que deixou o quadro de pessoal estagnado, aumentando a sobrecarga de trabalho, gerada pelo aumento de clientes. E é esta mesma preocupação que temos quando a CAIXA anuncia a realização de um concurso público para contratar apenas 4.000 novos empregados, ao mesmo tempo que promoverá um PDV (Programa de Demissão Voluntária). Para suprir a falta de pessoal, 4.000 novos contratados já seriam poucos. Com o PDV, se tornará irrisório. E isso pode ser visto com esta análise do balanço”, destacou Eliana Brasil, diretora do Sindicato e da Contraf-CUT.
Crédito para quem precisa - Em 2023, a Carteira de Crédito Ampliada teve alta de 10,6% em relação a 2022, totalizando R$ 1,1 trilhão. As operações de crédito imobiliário chegaram a R$ 733,3 bilhões, aumento de 14,6%, o que levou a CAIXA a 67,3% de participação neste segmento. “A CAIXA concede crédito para quem precisa e, como banco público, contribui para o desenvolvimento do país e para a melhora da vida da população brasileira”, explicou Fabiana Uehara, ex-coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da CAIXA.
PLR maior
Com a divulgação do balanço, a expectativa dos empregados é a de que a segunda parcela do PLR seja maior do que a paga em setembro. “Os valores de PLR que receberemos podem ser maiores, já que agora será pago o valor total devido, calculado de acordo com o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) e descontando o valor da antecipação paga em setembro de 2023”, disse o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros. “Como o cálculo da parcela da Regra Básica de setembro considerou apenas 26% da Remuneração Base e não 45%, esta diferença deve ser paga agora. De acordo com o lucro, também pode ser paga a parcela complementar, que garante o pagamento de até uma Remuneração Base por empregado”, explicou.
A CAIXA ainda não anunciou a data de pagamento da PLR. Pelo ACT, o banco tem até o dia 31 de março para pagar. Em virtude do feriado prolongado da Páscoa, o último dia útil de março é quinta-feira, 28. Em mesa de negociações com o banco, a então coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt, solicitou a antecipação do pagamento e, posteriormente, a Contraf-CUT formalizou o pedido por meio de ofício.
“Os resultados obtidos pelo banco são frutos da dedicação, do empenho e eficiência das empregadas e empregados que, apesar da sobrecarga e condições adversas, atendem diariamente milhões de brasileiros. Como o balanço de 2023 já está consolidado, avaliamos que o banco tem condições de antecipar o pagamento em reconhecimento de todo esse esforço”, ressaltou o novo coordenador da CEE/Caixa, Clotário Cardoso.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT