CAIXA traz retornos pontuais, mas negociação precisa avançar

CAIXA traz retornos pontuais, mas negociação precisa avançar

Na última mesa específica da Campanha Nacional, na quarta-feira, 14 de agosto, a CAIXA trouxe algumas respostas para as reivindicações das empregadas e empregados. “Embora a CAIXA tenha sinalizado convergências em relação às premissas de algumas das propostas que apresentamos, ainda precisa avançar na definição destes pontos e nos trazer respostas para os demais temas apresentados”, avaliou o diretor da Contraf-CUT e coordenador da CEE, Rafael de Castro.

 “Avaliamos como positiva a devolução que a CAIXA nos trouxe, mas esperamos que, na próxima reunião, sejam trazidas redações sobre estes temas e sobre os demais que já foram apresentados anteriormente”, completou a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil.

Saúde do trabalhador

Já há muitos anos, o movimento sindical cobra que a CAIXA revise seu Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e desenvolva, com recursos próprios e participação das entidades sindicais, campanhas para zelar e promover a saúde e a qualidade de vida dos empregados. O banco atendeu à reivindicação e afirmou estar revisando o Programa, realizando ações de promoção da saúde e reestruturando as equipes internas de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).

“É importante essa reestruturação do SESMT, que havia sido terceirizado na gestão passada, para a prevenção de acidentes e doenças adquiridas no trabalho, que são responsáveis pela elevação do absenteísmo (ausência ou o afastamento do trabalho)”, observou Eliana Brasil. “Também é significativa a importância da aceitação, pela CAIXA, da participação das entidades de representação sindical no desenvolvimento de projetos para a melhoria da saúde e do ambiente de trabalho. Pois temos muito a contribuir para a qualidade de vida e de trabalho na CAIXA”, completou.

Igualdade de oportunidades

A CAIXA afirmou que irá incluir, em seu estatuto, a cota mínima de 30% de mulheres nas diretorias e vice-presidências. O banco também se comprometeu a incluir no Acordo Coletivo de Trabalho a regulamentação sobre as comissões regionais de diversidade. Além disso, a CAIXA disse que tem como meta que, até 2028, a chefia das unidades seja composta por 45% de mulheres e 27% de pessoas pretas, pardas ou indígenas.

PSI e diversidade

Os empregados sugeriram que haja diversidade na composição da banca do Processo Seletivo Interno, para combater preconceito e discriminação na ascensão de carreira, e que sejam pensados programas para mudança cultural e redução do preconceito no banco, voltado principalmente a empregados com poder de decisão sobre a carreira e gestão de pessoal.

A CAIXA se propôs a se aprofundar na questão, uma vez que já existe uma ação com foco no público LGBTQIA+ para ser implementada pelas gerências regionais (Gipes) e representações regionais (Repes) e que já existe uma cota de diversidade no edital do programa de incentivo para mestrado e doutorado.

Horas de estudo

A representação sindical das empregadas e empregados lembrou que a cláusula 59 do atual ACT diz que “os empregados deverão dispor de 6 horas mensais para estudos na metodologia a distância (EAD), junto a Universidade Caixa dentro da jornada de trabalho, em local apropriado na unidade”, mas que é preciso respeitar estas horas e oferecer condições para que o empregado tenha tempo para esta formação. A CAIXA aceitou debater sobre o tema para promover mudanças na cláusula.

Acesso e comunicação com os empregados

A representação sindical cobra melhorias no acesso e no fluxo de comunicação com os empregados, para mantê-los informados sobre as atividades de interesse dos trabalhadores. A CAIXA disse que pode auxiliar na criação de um banco de dados pelos sindicatos, de acordo com o interesse de cada empregado, e avaliar outras formas de acesso aos empregados que não firam a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Cobrança de metas e respeito à jornada

A CEE mostrou preocupação com o uso abusivo do WhatsApp e do Teams nos celulares dos empregados, inclusive fora do expediente. Os empregados também destacaram que as metas têm sido alteradas para cima, durante o período de seu cumprimento, o que não pode ocorrer.

Outro ponto questionado é a pressão, apenas pelo cumprimento de meta, de vender produtos ou serviços que os clientes não precisam. A representação dos empregados também reforçou o pedido para que o “Agiliza” (locação de empregados fora das agências para triagem dos clientes) seja revisto.

Teletrabalho

Em atendimento às reivindicações do movimento sindical, a CAIXA está estudando mecanismos para garantir o respeito à desconexão e à jornada de trabalho e sugeriu que a proposta seja debatida na próxima mesa. Os empregados cobram discussões sobre público-alvo do teletrabalho, prioridades, critérios, se permanente ou rotativo, estrutura e ajuda de custo, que não pode ser usada como moeda de troca por gestores.

Taxas e isenções

A cláusula 17 do ACT em vigência até 31 de agosto, estabelece isenção aos empregados da anuidade de dois cartões de crédito. O movimento sindical reivindica que a isenção seja para todos os cartões. Já a cláusula 18 trata sobre os juros do cheque especial e enquadra os empregados na “faixa 5”, exclusivamente na conta em que recebem seus salários.

A reivindicação é que empregados tenham acesso à menor taxa de jutos praticada pelo banco com os clientes, além de que sejam mantidas isenções de tarifas de serviços bancários a todos os empregados.

Sinistro de sequestro

O movimento sindical reivindica que, em caso de sequestro que atinja ou vise atingir o patrimônio da empresa, a CAIXA custeie todas as assistências não apenas a dependentes, mas também às demais pessoas que estiverem na residência no momento.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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