Elevação da Selic para 10,75% aumenta em R$ 13 bi gastos da União e prejudica todo país
19/09/2024
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Por unanimidade nos votos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira, 18, aumento na taxa básica de juros (Selic), que passa de 10,5% para 10,75%, com a justificativa de piora das expectativas sobre a inflação e valorização do dólar frente ao Real. O Copom indicou que estaria dando início a um novo ciclo de aumentos consecutivos na Selic, que pode terminar o ano em 11,25%.
A elevação corresponde às expectativas do mercado, mas não às da população e da União, que sofrerão, ainda mais, a sobrecarga dos juros. "O Banco Central, por meio do Copom, segue praticando uma política monetária proibitiva para o desenvolvimento do país. Mesmo tendo sofrido algumas reduções, nos últimos dois anos, a Selic foi mantida elevadíssima, fazendo o Brasil figurar entre os três países com as maiores taxas de juros reais (que é o resultado da Selic menos a inflação) do mundo", denuncia a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.
Impacto nas contas da União
Segundo cálculos do Dieese, a elevação de 0,25 na Selic aumentará em R$ 13 bilhões os gastos da União com os juros dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. Isso, se a taxa for mantida neste patamar durante os próximos 12 meses - cada 1% de aumento na Selic eleva em R$ 40 bilhões os custos com os títulos.
Só em 2023, a União pagou mais de R$ 732 bilhões com juros dos títulos. O valor equivale a 4,3 vezes os investimentos com o Bolsa Família, 8 vezes o montante direcionado para o novo PAC, voltado à recomposição e expansão da infraestrutura do país, além de 3,3 vezes o orçamento para a Saúde e 5 vezes o orçamento para a Educação.
“Selic elevada significa menos orçamento para que o país invista no que é essencial, além de tornar o crédito mais caro para as empresas e toda a população. Com isso, há menos circulação de dinheiro no país, menos dinheiro para o comércio, menos geração de empregos e o resultado é a estagnação da economia. Por isso, continuamos cobrando uma taxa de juros condizente com o atual momento econômico, com inflação controlada”, destacou Ramon Peres, presidente do Sindicato.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT