É preciso falar sobre o etarismo e a desvalorização da experiência de trabalhadoras e trabalhadores
26/11/2024
Notícias
O etarismo se caracteriza pelo uso da idade de uma pessoa para classifica-la ou identifica-la de forma discriminatória ou estereotipada. Ele pode se manifestar de diversas maneiras e em todos os espaços sociais, inclusive no ambiente de trabalho e no acesso de pessoas com mais idade ao emprego.
No setor financeiro, a situação não é diferente. Bancárias e bancários que dedicaram décadas de sua vida à empresa têm que lidar com desvalorização, comentários críticos e outras formas de exclusão. É comum serem tratados como se estivessem “desatualizados” ou “velhos demais” para o desempenho de suas funções. Ocorre, também, desrespeito à estabilidade pré-aposentadoria prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e o Sindicato atua, permanentemente, para reintegrar bancários que têm este direito afrontado.
No Brasil, a população idosa cresceu 39,8% de 2012 a 2021. Projeções indicam, ainda, que o país será o quinto com maior proporção de idosos no mundo até 2030. Isto, aliado ao aumento na expectativa de vida e alterações no regime previdenciário, como o aumento da idade mínima para se aposentar, exige reflexão e mudanças profundas na gestão das empresas em sua abordagem relacionada às pessoas com mais idade.
“É fundamental que os bancos, e todo o setor corporativo do Brasil, passem a enxergar o valor da diversidade etária na composição dos quadros de funcionários. As pessoas mais velhas ou idosas não podem ser vistas como descartáveis, obsoletas ou incapazes de incorporar novos conhecimentos. A troca de experiências precisa ser valorizada como forma de garantir mais produtividade e, inclusive, impulsionar a inovação”, destacou Ramon Peres, presidente do Sindicato.
Nos bancos, a rotatividade, que muitas vezes significa trocar profissionais experientes por pessoas mais jovens, é comum. Muitas vezes, bancárias e bancários que apresentam bons resultados são demitidos com a falsa justificativa de “baixa performance”. Na realidade, os bancos se utilizam desta prática para diminuir seus gastos com salários.
O Sindicato está ao lado destes trabalhadores e trabalhadoras na luta por um ambiente de trabalho mais empático e que respeite as diferenças em todas as suas formas, inclusive de idade. Etarismo não!
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania