COE Itaú cobra banco sobre fechamento de agências e temas de saúde

06/02/2025

Itaú
COE Itaú cobra banco sobre fechamento de agências e temas de saúde

Representantes dos funcionários do Itaú se reuniram com o banco, nesta quarta-feira, 5, para falar sobre diversos problemas que afetam os trabalhadores. Foram duas reuniões seguidas: a primeira do Grupo de Trabalho de Saúde do Itaú, composto por representantes dos funcionários e do banco, e a segunda de negociação entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Itaú. “Ficou claro que o projeto do banco é continuar fechando agências, deixando a população sem atendimento e aumentando a sobrecarga de trabalho nas agências que permanecem abertas”, disse a coordenadora da COE, Valeska Pincovai.

O Itaú fechou 227 agências, em 2024, número que supera a média de anos anteriores, de 200 por ano. Já com relação aos postos de trabalho, segundo o banco, foram contratadas 10.193 pessoas e demitidas 7.721 no ano passado. Após questionamentos da COE, o banco informou que os fechamentos interferiram no cotidiano de trabalho de 2.052 funcionários, sendo 75,7% deste contingente realocados, por meio do programa de realocação e requalificação conquistado na Campanha Nacional dos Bancários.

O banco alega falta de rentabilidade para justificar os fechamentos de agências, o que vai contra a responsabilidade social e não faz sentido diante dos resultados que crescem a cada ano. Apenas nos nove primeiros meses de 2024, foram R$ 30,518 bilhões de lucro.

Valorização dos trabalhadores - A COE apresentou uma proposta para que o Programa Complementar de Resultados (PCR) seja pago considerando as perdas que os bancários tiveram em relação ao reajuste da categoria e da pandemia. Além disso, reivindicou debate sobre o GERA e apresentou problemas que precisam ser resolvidos. Uma reunião do Grupo de Trabalho (GT) sobre o programa será realizada em fevereiro.

Problemas com o GERA apontados na reunião:

  • SQV
  • Metas aumentaram depois que passaram para trimestral
  • Metas não levam em conta a realidade da agência
  • Canal Fale com o GERA não funciona
  • Espelhamento
  • Demora na atualização da produção
  • Cartilha do Gera não tem clareza
  • Ponderador
  • Mudança das metas a todo momento
  • Não há readequação das metas do funcionário que sai de férias ou licença

GT de Saúde

Na reunião do GT de Saúde, a representação dos trabalhadores denunciou problemas com as juntas médicas mantidas pelo banco para avaliar a saúde dos empregados, especialmente aqueles que se afastam para tratamento. Um levantamento feito em várias federações sindicais apontou que há falta de pagamento dos médicos, problemas de comunicação e a suspensão de complementação salarial dos funcionários.

O banco informou que as juntas médicas estão previstas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e serão mantidas, mas se comprometeu com a resolução dos problemas. Será criado um Grupo de Trabalho para padronizar o fluxo e sanar as questões, com reuniões a cada 15 dias.

Linha de Cuidado

O Itaú apresentou um programa novo chamado de Linha de Cuidado para os trabalhadores adoecidos e também realizará pesquisa entre funcionários para mensurar os riscos psicossociais, visando a melhoria da qualidade de vida e dos cuidados com a saúde do trabalhador. Em breve, a pesquisa será divulgada aos trabalhadores.

“É o modelo de gestão que adoece funcionárias e funcionários e, por isso, as práticas abusivas diárias precisam mudar. Quando o lucro e a imposição de metas estão acima de qualquer coisa, trabalhadores sofrem com o assédio moral e ficam doentes por causa de tanta pressão. É uma denúncia que fazemos diariamente e cobramos que o Itaú respeite a categoria”, destacou Valdenia Ferreira, diretora de Saúde do Sindicato, que integra a COE e participa das negociações com o banco.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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