Banco Central dificulta vida das famílias brasileiras com nova elevação de juros
20/06/2025
Notícias
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou, no dia 18 de junho, sua decisão de elevar a taxa básica de juros do país (Selic) em 0,25 ponto percentual. Com isso, o índice passou de 14,75% para 15% ao ano - maior patamar já praticado pela entidade desde maio de 2006. Com esse nível, o Brasil praticamente empata com a Rússia na primeira colocação do ranking mundial de juros reais.
"Os juros altos desestimulam os investimentos e o consumo, cenário que impacta no mercado de trabalho. O Brasil estaria gerando muito mais vagas de emprego, de qualidade, com salários melhores, não fosse essa política monetária do Banco Central", explicou a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.
O movimento sindical bancário vem alertando para os impactos das decisões do Copom sobre o aumento do endividamento da população, do Estado Brasileiro e das empresas, uma vez que a Selic influencia os juros cobrados em todo o sistema financeiro e nos títulos públicos, que têm sua rentabilidade atrelada à taxa básica de juros.
Ao analisar o quadro, o economista do Dieese, Gustavo Cavarzan, observou que também houve forte aumento dos juros cobrados pelo sistema financeiro. “Um exemplo são os juros cobrados à pessoa física (ou seja, para a população em geral), que passou de uma média de 36% ao ano, em 2021, para mais de 56% ao ano, em 2025", completou.
O economista ainda aponta que, o aumento de 0,25 p.p. na Selic, decidido hoje pelo Copom, irá gerar um gasto anual adicional ao governo de R$ 12,2 bilhões. Mas que, nos últimos 12 meses (concluídos em abril de 2025) o governo gastou R$ 928,4 bilhões com os juros da dívida - o equivalente a 7,71% do PIB.
Leia a análise completa no site da Contraf-CUT.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT