Bradesco lucra R$ 11,9 bilhões no 1º semestre de 2025 e segue fechando agências e postos de trabalho
31/07/2025
Bradesco
O Bradesco encerrou o primeiro semestre de 2025 com um Lucro Líquido Recorrente de R$ 11,9 bilhões, resultado que representa um crescimento de 33,7% em relação ao mesmo período de 2024. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, o crescimento foi de 3,5%, já que o banco havia registrado lucro de R$ 5,8 bilhões nos três primeiros meses e R$ 6 bilhões no segundo trimestre.
Mais lucro, menos emprego
Mesmo com os resultados expressivos, o Bradesco segue promovendo cortes de pessoal e de unidades físicas de atendimento, o que afeta negativamente tanto os trabalhadores quanto os clientes. Em junho de 2025, o banco tinha 82.147 funcionários em sua holding, sendo 70.724 no Banco Bradesco, o que representa uma redução de 2.564 postos de trabalho em 12 meses.
O número de agências também caiu significativamente: foram fechadas 342 agências, 1.067 postos de atendimento (PA e PAE) e 127 unidades de negócios em 12 meses. A justificativa apresentada pelo banco em seu relatório foi a de que os cortes seguem "em linha com a estratégia de otimização do custo de servir", ao mesmo tempo em que afirma estar reforçando equipes de tecnologia, operações e negócios.
Para Erica de Oliveira, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, o cenário é preocupante. “Os números são cristalinos: o banco segue reduzindo o custo de servir, fechando agências físicas e reduzindo postos de trabalho. Semestre após semestre, o lucro cresce e o volume do emprego bancário diminui e mais agências fecham. Bom atendimento se faz com rede adequada e com trabalhadores bancários. Esse deveria ser o diferencial do Bradesco”, critica.
Tarifas seguem crescendo mais que despesas de pessoal
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias aumentaram 5,3%, totalizando R$ 15 bilhões. Já as despesas com pessoal, considerando o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), cresceram 9%, somando quase R$ 13 bilhões. Com isso, o banco cobriu 115,8% das despesas de pessoal com as receitas secundárias, evidenciando que os custos com a força de trabalho seguem mais do que cobertos pelas cobranças feitas aos clientes.
A base de clientes também aumentou, com 1,1 milhão de novos correntistas em 12 meses, totalizando 74 milhões de clientes.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT