Sindicato se reúne com Banco Central e denuncia terceirizações e fechamentos no Santander
19/08/2025
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Nesta terça-feira, 19, o Sindicato se reuniu com representantes do Banco Central (BC) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para dialogar sobre as práticas abusivas do Santander, que tem fechado agências e terceirizado trabalhadores.
Participaram o gerente-administrativo Regional de Belo Horizonte do BC, Hugo Crespo; o Superintendente da Abin em Minas Gerais, Vitor Lares; e Carlos Calazans, superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O Sindicato foi representado pelo presidente Ramon Peres, pelos diretores Wagner dos Santos e Paula Moreira, que integra a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, e pelo advogado Sávio Leite.
No encontro, o Sindicato explicou o contexto de fechamento de agências, demissões e terceirizações e entregou um dossiê aos participantes. O documento reúne dados como o número de unidades encerradas e informações sobre a transferência de trabalhadores para outros CNPJs da mesma holding, como SX Tools, First, Prospera e SX Negócios.
Paula Moreira destacou que essa prática do Santander provoca um efeito em cadeia, causando prejuízos que vão além dos trabalhadores e clientes. A medida compromete a arrecadação de tributos, como imposto de renda, FGTS e contribuições para o INSS, e reduz a segurança bancária. “Ao precarizar as condições de trabalho e promover a terceirização, o Santander assume um risco muito grande de reduzir a segurança bancária, por exemplo. Temos acompanhado a situação de trabalhadores que são colocados para atuar nas ruas sem nenhuma proteção e com todos os dados dos clientes em um notebook, fragilizando a LGPD”, alertou.
“Desde 2019, o Santander já encerrou 317 agências no Brasil, sendo 68 somente em Minas Gerais. Esse movimento significou a perda de inúmeros empregos, deixando pais e mães de família sem sustento de forma repentina. Em muitos municípios, o fechamento afetou a única agência existente, obrigando clientes e comerciantes a percorrer longas distâncias para ter acesso a serviços bancários básicos. Essa é uma situação que revela não apenas o descaso do banco com os trabalhadores, mas também com a população e com a própria economia do país”, afirmou Ramon Peres.
O representante do Banco Central se comprometeu a realizar os encaminhamentos necessários e verificar se é possível que o BC atue no quesito regulatório. Já o superintendente do MTE afirmou que irá buscar soluções e esclarecimentos no âmbito trabalhista.