A notícia da demissão de mais de 1.000 funcionários pelo Itaú, na última segunda-feira, 8, tem trazido à tona relatos graves de abusos cometidos pelo banco contra seus trabalhadores. O Sindicato sempre denunciou questões como o desrespeito à jornada de trabalho e pressões que adoecem, e agora o tema repercute também na grande mídia.
É o caso de uma notícia publicada pelo portal G1, nesta quinta-feira, 11, em que um bancário vítima da última leva de demissões denuncia que foi desligado mesmo após ser promovido e premiado por desempenho.
O trabalhador afirmou à reportagem que chegou a trabalhar sete dias seguidos, final de semana e madrugada, mas mesmo assim foi acusado de baixa produtividade pelo Itaú. Ainda segundo o funcionário, houve dias em que teve que almoçar em frente ao computador por não poder parar suas atividades.
“No ano passado, o Itaú quis impor aos trabalhadores a assinatura de um acordo unificado. Mas, entre temas importantes como o auxílio-educação, por exemplo, o banco incluiu uma armadilha em que os sindicatos quitariam as horas extras dos bancários, ratificando o desrespeito à jornada por parte do Itaú. Hoje, fica cada vez mais claro que foi uma decisão acertada do Sindicato dos Bancários de BH e Região, entre outras entidades sindicais de várias regiões, em não aceitar a proposta”, destacou Ramon Peres, funcionário do Itaú e presidente do Sindicato.
Para justificar as demissões em massa, o banco alega que o monitoramento das atividades em home office detectou “baixos níveis de atividade digital”. Porém, os desligamentos ocorreram sem qualquer transparência, diálogo ou direito de defesa para funcionárias e funcionários.
“É por isso que estamos cobrando do Itaú a revisão destas demissões. Já tivemos uma primeira negociação e, na próxima segunda-feira, 15, o movimento sindical voltará a se reunir com o banco para exigir mais informações, respeito e clareza sobre os processos internos. Não há justificativa para demitir mais de mil pessoas, de uma vez, sem que elas tenham ao menos sido consultadas anteriormente sobre seu regime de trabalho”, afirmou Valdenia Ferreira, diretora de Saúde do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, que negocia nacionalmente com o banco.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com G1