O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira, 17, a manutenção da taxa básica de juros do Brasil (Selic) em 15% ao ano. A decisão, esperada pelos analistas e instituições financeiras, ignora as necessidades da população e do setor produtivo, mantendo os brasileiros entre os mais penalizados por juros elevados no mundo.
Na reunião anterior, em julho, o comitê já havia deixado de reduzir a Selic, sob justificativa de fatores externos, como políticas comerciais e fiscais dos Estados Unidos, e pela inflação permanecer acima da meta.
Para a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, a manutenção da Selic em patamar tão elevado só prejudica a população e não combate efetivamente a inflação. "O Banco Central diz que precisa manter a taxa de juros alta para controlar a inflação, mas isso não é verdade para os tipos de inflação que enfrentamos no Brasil. Juros altos mantêm o país no topo do ranking mundial de juros reais e penalizam a população, que paga mais caro pelo crédito, consome menos e vê as empresas reduzirem investimentos e empregos," explica Juvandia.
O ciclo recente de elevação da Selic, iniciado em 2021, resultou em aumentos contínuos, acelerados a partir do ano passado. Nestes quatro anos, a média de juros ao ano cobrados da população saltou de 36% mais de 56%.
“A justificativa de controlar a inflação não pode deixar de lado outro pilar da atuação do Banco Central, que é garantir a geração de empregos e o desenvolvimento do país. Segurar a economia desta forma, e por tanto tempo, traz impactos de longo prazo, endivida trabalhadores, prejudica empresas e vai no sentido oposto do combate à desigualdade, concentrando ainda mais a renda”, destacou Ramon Peres, presidente do Sindicato.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT