Audiência na Câmara dos Deputados denuncia epidemia de adoecimento entre bancárias e bancários

Uma audiência pública realizada na Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 23, abordou a grave situação de saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras do setor bancário, classificada como uma verdadeira epidemia. O evento, proposto pelo deputado federal Vicentinho, reuniu representantes do movimento sindical, do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Ministério da Saúde, da Inspeção do Trabalho e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Dados alarmantes apresentados durante a sessão revelam que o modelo de gestão dos bancos — marcado por metas abusivas, cobrança humilhante, vigilância digital e assédio moral e sexual — está diretamente associado ao sofrimento e afastamento dos empregados. Para a categoria, essas práticas violam a dignidade humana e destroem projetos de vida.

“O sofrimento dos bancários e bancárias não é acidente ou desvio de conduta. São políticas empresariais planejadas, que fazem parte do modelo de negócio dos bancos. Um modelo que transforma seres humanos em números e que está destruindo vidas”, afirmou Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT, destacando que os lucros não podem ser construídos às custas da saúde das pessoas e que o sistema financeiro precisa ser responsabilizado.

Durante a audiência, a Fenaban continuou negando a realidade ao defender que o setor oferece boas condições salariais e benefícios, além de questionar a metodologia estatística que relaciona os afastamentos ao trabalho. Em contrapartida, representantes sindicais e especialistas reforçaram a necessidade de intervenção legislativa e medidas de prevenção primária para humanizar o trabalho e combater o assédio.

INSS

Na mesma data, houve reunião com o primeiro-secretário da Câmara, deputado Carlos Veras (PT), na qual os representantes sindicais entregaram um documento solicitando a intermediação para uma reunião com o copresidente do INSS e o Ministro da Previdência, buscando encaminhamentos para as demandas dos trabalhadores.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT