Comando cobra e bancos aceitam negociar uso de tecnologias no monitoramento do trabalho remoto

26/09/2025

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Comando cobra e bancos aceitam negociar uso de tecnologias no monitoramento do trabalho remoto

Em negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada nesta quinta-feira, 25, o Comando Nacional apresentou diversos exemplos sobre o uso de inteligência artificial e novas tecnologias nos processos de contratação, avaliação e realizou uma crítica ao seu uso no desligamento de trabalhadores.

“Existem exemplos de acordos, em diversos países, que garantem o direito à não discriminação na contratação, o direito à preservação da saúde, o respeito à desconexão, à transparência, ao acesso do sindicatos às informações, bem como o acesso dos trabalhadores ao uso dessas tecnologias e da contestação dos resultados das avaliações e do feedback da empresa”, disse a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional do Bancários, Juvandia Moreira.

O Comando destacou, ainda, a necessidade da preservação do home office como modo de trabalho e a necessidade de que haja negociação coletiva efetiva, assim como a essencialidade da promoção da governança ética da tecnologia, sem a invasão da privacidade dos trabalhadores. “Precisamos debater este tema de forma transparente e estabelecer regras e limites para o uso de ferramentas tecnológicas para o monitoramento do trabalho". 

Voz dos bancários

“Fizemos uma plenária com os demitidos, que contou com a participação de mais de 400 pessoas, e vimos que o que mais feriu os trabalhadores foi a ligação deles com a vagabundagem e com a alegação de que eles ‘enganavam o banco”, observou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP), também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro. “Muitos eram recém-promovidos e tinham acabado de receber premiações. Não é possível a que a gestão tenha errado tanto, pois nem os gestores tinham conhecimento do motivo das demissões”.

As partes deliberaram sobre a abertura de mesa específica de negociação, com definição de calendário de reuniões e desenvolvimento de análises sobre o tema, visando à construção coletiva setorial. Reiteraram, ainda, os princípios pontos que têm norteado as negociações coletivas do setor, inclusive sobre teletrabalho, com destaque à transparência, respeito à privacidade e governança ética.”

Censo da Diversidade

O Comando alertou que a coleta de dados por meio de um link específico de cada instituição financeira pode reduzir a participação de bancários liberados, ou cedidos, que não tenham acesso à intranet. A Fenaban afirmou que, em uma semana, cerca de 27 mil bancários já responderam o Censo.

 


Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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