Ataque ao povo mineiro: PEC que dispensa referendo para venda da Copasa é aprovada em 1º turno

Em mais uma vergonha para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e para o povo mineiro, deputados estaduais aprovaram em 1º turno, durante a madrugada desta sexta-feira, 24, a Proposta de Emenda à Constituição do Estado (PEC) 24/23. De autoria do governador Zema, o projeto dispensa a necessidade de referendo popular para autorizar a privatização da Copasa.

A Reunião Extraordinária teve início às 18h desta quinta-feira e se estendeu até as 4h30 da manhã por meio da convocação de novas sessões extraordinárias. Após um longo processo de obstrução por parte do bloco de oposição, a “PEC do Cala a Boca” recebeu 52 votos favoráveis e 18 contrários. Agora, o texto volta à Comissão Especial para a emissão de parecer de 2º turno antes de retornar ao Plenário da ALMG para a votação definitiva.

O Sindicato apoia a mobilização dos trabalhadores da companhia pública e está sempre presente nas mobilizações contra a venda do patrimônio estadual. A entrega dos serviços de tratamento, distribuição de água e saneamento para a iniciativa privada coloca em risco a qualidade de um bem essencial para a população, em benefício do lucro para poucos.

Além disso, o objetivo da PEC é modificar a Constituição Estadual para impedir que mineiras e mineiros opinem sobre a entrega do patrimônio público. “É um atentado contra a democracia com interesses escusos. O Governo de Minas sabe que a população é contra a venda da Copasa e, por isso, tentam modificar as regras para fazer valer sua vontade sem escutar quem os elegeu. Agora, é fortalecer a mobilização para impedir mais este absurdo”, destacou Ramon Peres, presidente do Sindicato.

Privatização piora serviços

O exemplo de São Paulo deixa claro que a privatização da Copasa representa uma ameaça. Desde a venda da Sabesp, em 2024, a empresa demitiu mais de 2 mil funcionários, a qualidade da água foi deteriorada em muitos locais, os preços das contas subiram e houve, inclusive, redução da pressão da água distribuída em determinados períodos do dia.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com CUT Minas