Bancários encerram Seminário com denúncia da gestão adoecedora nos bancos e defesa do direito à saúde

22/10/2025

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Bancários encerram Seminário com denúncia da gestão adoecedora nos bancos e defesa do direito à saúde

O primeiro Seminário de Saúde da Fetrafi-MG se encerrou, no final da tarde desta quarta-feira, 22, com debates sobre a participação dos trabalhadores nas políticas de saúde, a gestão adoecedora nos bancos e o direito à saúde na categoria bancária. O evento se estendeu durante todo o dia e contou com a participação de dezenas de trabalhadoras e trabalhadores das bases dos oito sindicatos filiados à Fetrafi-MG.

Mônica Brull, diretora do Sindicato e coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora de BH (CISTT), falou sobre o surgimento do SUS, fruto da força social coletiva e dos sindicatos. “Temos que assumir nossa responsabilidade enquanto criadores do SUS. Somos sindicatos cidadãos, que se preocupam com todos os trabalhadores e com a justiça social. Por isso, é muito importante integrar os conselhos municipais de saúde em nossas cidades”, afirmou Mônica.

A bancária explicou que a CISTT tem o papel de orientar, apontar problemas e propor políticas relacionadas à saúde do trabalhador e trabalhadora. Por isso, a participação popular e das entidades sindicais é essencial, visando melhores condições de vida à população.

O mecanismo adoecedor

“Os programas de metas, de gestão dos bancos, têm um método, não é aleatório. E o adoecimento é uma consequência dessa visão. É um sistema racional de extração de resultados e, para chegar a eles, é preciso controle total sobre os trabalhadores. Isto inclui monitoramento, metas abusivas, assédio e medo”, explicou Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf CUT, ao iniciar sua apresentação.

Mauro apresentou exemplos específicos de métodos utilizados pelos bancos para a vigilância de bancárias e bancários, com pressão diária que gera resultados previsíveis: afastamentos por transtornos mentais, uso de medicação controlada, isolamento e desconfiança entre colegas.

O dirigente da Contraf-CUT destacou que a categoria bancária se destaca entre os trabalhadores brasileiros nos dados sobre saúde mental. Em 2024, 51,8% dos afastamentos de bancários foram devido a transtornos mentais. Apesar disso, os bancos insistem em transferir a culpa para um problema social e multifatorial, não relacionado diretamente ao trabalho bancário.

Saúde como um direito de todas e todos

O Seminário também discutiu o direito à saúde. Suely Pimenta, advogada previdenciária do Sindicato, explicou que a saúde é, antes de tudo, um direito humano, garantido na Declaração Universal, na CLT, na Constituição Federal e na regulamentação do SUS.

Na categoria bancária, a advogada explicou que o movimento sindical sempre teve forte atuação na proteção à saúde, desde questões relacionadas às LER/DORT, até avanços obtidos da negociação coletiva nacional. Além disso, os departamentos jurídicos dos sindicatos têm obtido vitórias na proteção a trabalhadores adoecidos, como em ações de reintegração após demissões indevidas.

“O que faz nascer uma lei é a nossa força para lutar por melhores condições de vida, lutar por justiça. A gente precisa reforçar e acreditar que somos capazes de fazer as coisas melhorarem”, afirmou Suely ao refletir sobre os desafios dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil.

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