Em coluna publicada no portal UOL, o jornalista Carlos Juliano Barros revelou o “top 5” das categorias com mais pedidos de afastamentos por saúde mental reconhecidos como doença ocupacional (B91). As funções de gerente de banco e escriturário de banco foram citadas entre as cinco mais afetadas, além de motoristas de ônibus, técnicos de enfermagem e vigilantes.
Os dados do INSS são do período de 2012 a 2024 e foram compilados no Smartlab, plataforma que cruza dados oficiais, e apontam uma explosão de casos no Brasil. De 2023 para 2024, o número de casos (somando benefícios com ou sem ligação com o trabalho) saiu de 283 mil para 471 mil, crescimento de 66%.
Entre as cinco categorias mais afetadas, os gerentes de bancos são os que apresentam maior percentual de afastamentos reconhecidos como doenças ocupacionais (B91) em relação ao total. Do total de 13.077 profissionais que pararam de trabalhar para cuidar da saúde mental, 37,76% tiveram benefícios enquadrados como decorrentes da sua atividade. Além disso, apesar de a categoria bancária representar 0,8% do emprego formal no país, foi responsável por 2,18% dos 168,7 mil afastamentos acidentários (B91) registrados em 2024.
"O transtorno mental relacionado ao trabalho enfrenta grande dificuldade para ser reconhecido, tanto pela empresa quanto pela Previdência Social", explicou a médica Maria Maeno, pesquisadora da Fundacentro.
“Não é à toa que temos denunciado, praticamente todos os dias, a gravidade da situação nos bancos. Na última semana, realizamos o Seminário de Saúde da Fetrafi-MG que teve como foco, justamente, enriquecer nossos debates em busca de uma solução para o problema. Não se pode fechar os olhos para o adoecimento causado pelo trabalho”, destacou Valdenia Ferreira, diretora de Saúde do Sindicato.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com SP Bancários