As ruas brasileiras voltaram a ecoar sua indignação no domingo, 7. Milhares de mulheres se reuniram em mais de 20 estados e no Distrito Federal, em uma das maiores mobilizações recentes contra o feminicídio e a violência de gênero. O ato, convocado pelo movimento Levante Mulheres Vivas, fez ecoar o luto e a indignação após uma sequência de crimes brutais que reacendeu o debate sobre a omissão das instituições e a insuficiência das políticas de proteção.
O Sindicato participou do ato em Belo Horizonte, que aconteceu na manhã de domingo. Manifestantes se reuniram na Praça Raul Soares e caminharam em direção à Praça Sete. A mobilização integra a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, da qual a Contraf-CUT e todo o movimento sindical participam.
Segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, o país registrou, somente no primeiro semestre de 2025, uma média de quatro vítimas de feminicídio e 187 vítimas de estupro por dia. No ano passado, 1.492 mulheres foram assassinadas por razões de gênero, o maior número desde a criação da lei de feminicídio em 2015. A tendência de alta permanece em 2025.
Os protestos deste domingo foram marcados por cruzes pretas, faixas com nomes de vítimas, fotos recentes de mulheres assassinadas por parceiros e ex-parceiros, além de discursos direcionados ao sistema de Justiça e aos governos estaduais por falhas em medidas protetivas.
A força da organização e a luta da categoria bancária
No ramo financeiro, a violência de gênero é um problema que ultrapassa os muros do lar e se manifesta de diversas formas no mercado de trabalho, desde a desigualdade salarial até o assédio moral e sexual. É por isso que a luta dos bancários e bancárias vai além das campanhas salariais e se consolida na defesa de um ambiente de trabalho e de uma sociedade livres de misoginia.
"O feminicídio é apenas a face mais extrema da misoginia que se manifesta de inúmeras formas, incluindo o assédio e a desigualdade de oportunidades que as mulheres enfrentam todos os dias, inclusive no setor financeiro", afirma Fernanda Lopes, secretária da Mulher da Contraf-CUT. "A presença massiva nas ruas no domingo reforça que nossa luta não se restringe à CCT, mas é pela vida e dignidade de cada mulher brasileira”.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT