COE Santander cobra transparência sobre a reorganização do varejo e respeito à representação sindical

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu com a direção do banco na tarde desta terça-feira, 16. No encontro, foram debatidos temas importantes para funcionárias e funcionários, como: mudanças na gestão de compliance, saúde mental e riscos psicossociais, além da inclusão de pessoas com deficiência e neurodivergentes. 

Os representantes dos trabalhadores fizeram cobrança firme ao banco em razão do vazamento de informações internas, nas redes sociais, logo após a última reunião com a COE. Na ocasião, o Santander havia afirmado que não poderia fornecer detalhes da nova organização comercial do varejo, mas estas informações circularam entre funcionários, gerando insegurança.

A coordenadora da COE Santander, Wanessa de Queiroz, criticou a gravidade da situação. “O vazamento de informações internas por pessoas que não fazem parte do banco, nem da representação sindical, é um erro grave. Isso enfraquece a confiança e prejudica diretamente o nosso trabalho junto aos trabalhadores. Esperamos que o banco cumpra o compromisso assumido e que esse tipo de situação não volte a acontecer”, afirmou.

Banco apresenta mudanças na gestão de compliance

O Santander apresentou alterações e reforços na Gestão de Compliance e no Processo Estruturado de Apuração, como o Canal Aberto Santander, para denúncias, promoção do comportamento “Speak Up” (Falo Abertamente) e proteção ao denunciante. Segundo o banco, o sistema funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, e também recebe denúncias feitas pelos sindicatos. Ainda de acordo com o Santander, o denunciante pode acompanhar o andamento do caso com garantia de anonimato e há tolerância zero à retaliação

Saúde mental, bem-estar e risco psicossocial

A área de Pessoas, Cultura e Ouvidoria do Santander abordou as ações de saúde mental e bem-estar previstas para 2025, incluindo isenções de coparticipação para exames preventivos de saúde da mulher (Ultrassom da mama e mamografia, Vulvoscopia e Colpocitologia no colo uterino) e do homem (Ultrassom de próstata, PSA e Colonoscopia).

O banco detalhou as iniciativas de atenção à saúde mental em três níveis: na atenção primária, ações de psicoeducação de líderes e rodas de conversa; na secundária (para adoecidos), Atendimento Médico Integrado (AMI) e apoio psicológico do PAPE; e na terciária, o Programa Retorne Bem, criado em 2014, para quem volta do afastamento médico.

O Santander também apresentou o plano de implementação das medidas relacionadas ao Risco Psicossocial, conforme exigências da NR-1, norma fundamental que estabelece as obrigações de empregadores e trabalhadores em relação à segurança e saúde no trabalho. Os representantes da categoria destacaram a gravidade do tema, apontando que 25% dos afastados pelo INSS por doenças mentais são bancários.

Inclusão de pessoas com deficiência e neurodivergentes

Outro ponto discutido foi o Programa do Seu Jeito, voltado ao acompanhamento de funcionários com deficiência, com acolhimento, acompanhamento por equipe multidisciplinar e isenção de coparticipação. Neste ponto, a COE reivindicou que a isenção também valha no período de afastamento pelo INSS e para dependentes destes trabalhadores.

Mudanças no varejo

O banco afirmou que não haverá mudança na movimentação de pessoas e apresentou a nova segmentação de clientes Pessoa Jurídica (PJ) e do segmento Select, que passam a contar com novas nomenclaturas e ajustes nas faixas de enquadramento. A nova estrutura passou a vigorar em dezembro e será refletida nos sistemas a partir de 1º de janeiro de 2026. Já a migração de clientes, tanto PJ quanto PF, deve ocorrer na primeira quinzena de janeiro.

Por fim, ficou definido que a mesa sobre Diversidade e Segurança Bancária será realizada no dia 28 de janeiro de 2026. Já no dia 25 de fevereiro, está prevista uma reunião específica para tratar da NR-1.


Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT