O Bradesco obteve lucro líquido recorrente de R$ 19,602 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, crescimento de 54,9% em relação ao mesmo período de 2020. No 3º trimestre, o lucro foi de R$ 6,767 bilhões, alta de 7,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O resultado é melhor, inclusive, que o dos períodos que antecederam a pandemia.
“O resultado do banco foi excelente e seria motivo de a gente ficar feliz por o país estar se recuperando. Mas, a realidade é bem diferente. A fome voltou ao Brasil! E o banco não tem sequer vergonha de dizer que um dos motivos de seu astronômico crescimento é a cobrança de tarifas por prestação de serviços dos brasileiros. Isso faz com que, ao invés de felizes com o crescimento do lucro do banco, a gente fique triste”, lamentou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Magaly Fagundes. “Ficamos ainda mais tristes quando vemos que não apenas o Bradesco, mas os bancos de uma forma em geral, lucram muito mesmo com a imensa crise que vive o país e o mundo. Este não é o sistema financeiro que a gente quer! Este não é o sistema financeiro que o Brasil precisa!”, completou.
A receita obtida pelo Bradesco com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 5,3% em doze meses, totalizando R$ 20,4 bilhões. Esta é uma fonte secundária de receitas do banco. O valor é muito grande, porém muito menor do que os obtidos pelo banco com suas principais transações financeiras. Mesmo com este valor “secundário”, o banco consegue pagar todas as despesas de pessoal e ainda sobram 38,3%.
Demissões e fechamento de agências
Nos últimos três meses, o banco abriu 374 postos de trabalho. Porém, ao final de setembro de 2021, a holding contava com 87.736 empregados no país, com fechamento de 8.198 postos de trabalho em doze meses. Os clientes, por sua vez, estão pagando cada vez mais tarifas, têm menos trabalhadores para atendê-los e também menos agências. Em doze meses, foram fechadas 765 agências e 120 postos de atendimento (PA).
“Os lucros astronômicos do Bradesco continuam crescendo, mas o banco vai contra a responsabilidade social que tanto prega ao demitir centenas de pais e mães de família, inclusive durante a pandemia que ainda não acabou” destacou Giovanni Alexandrino, funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato.
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