29 de janeiro: Dia da Visibilidade Trans

28/01/2022

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29 de janeiro: Dia da Visibilidade Trans

Há 18 anos, no dia 29 de janeiro de 2004, foi promovido um ato no Congresso Nacional, em Brasília, pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde com um grupo de mulheres e homens trans e travestis. Era o lançamento da campanha “Travesti e Respeito”. A data se tornou um marco contra a transfobia no Brasil e foi escolhida como o Dia da Visibilidade Trans.

“Por mais que continuem invisíveis, diversas pessoas transgênero ocupam lugares de destaque na sociedade brasileira. No trabalho, cumprem suas funções, ocupam espaços na vida pública e na política, com representação nos parlamentos, programas de TV, enfim, é uma realidade que está posta e só não vê quem não quer”, observou o dirigente da Contraf-CUT, Adilson Barros.

Séries de TV, com atrizes e atores trans no elenco tratam abertamente de questões envolvendo pessoas transgênero. Além disso, nos últimos dias, a participação de Linn da Quebrada num reality show tem conquistado grande atenção dos brasileiros para o tema. “Essas iniciativas louváveis confirmam o crescimento do reconhecimento e das contratações. E isso é muito bom! É sinal do quanto se pode avançar nas políticas públicas e que as pessoas trans e travestis podem e precisam ser inseridas no mercado de trabalho, com políticas públicas de capacitação. Mas, também mostra que que elas estão aptas. Basta não discriminar”, completou.

Para além das “telas”

Adilson lamenta, no entanto, que a maioria das pessoas transgênero ainda seja “invisibilizada”. “Infelizmente, ainda persiste o preconceito e a discriminação. Tirando quem tem destaque social, as demais pessoas transgênero têm dificuldade de conseguir emprego. As que conseguem, não ficam no atendimento ao público, não conseguem ascensão na carreira profissional e muitas delas continuam à margem da sociedade, sendo obrigadas a se prostituir para sobreviver. Sem falar dos inúmeros casos de violência a que estas pessoas são submetidas”, disse.

Não existem informações oficiais sobre a quantidade e nem como vivem as brasileiras e os brasileiros trans, apenas dados levantados por entidades como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que estima que 1,9% da população nacional seja composta por pessoas trans.

Com relação à violência, o levantamento aponta que, de 2010 para 2020, o número de assassinatos de pessoas trans aumentou de 99 para 175, aumento de 76,8%. Os números totais de 2021 ainda não foram computados, mas dados do Boletim 002-2021, da Antra, apontam que foram registrados 89 assassinatos de pessoas trans no primeiro semestre do ano passado.

“Temos que comemorar os espaços conquistados, mas sem nos esquecermos de que a realidade ainda é triste, e muito violenta, para as pessoas trans”, concluiu o dirigente da Contraf-CUT.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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