GERA, Evolui e VAI impõem o caos nas agências do Itaú

25/07/2022

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GERA, Evolui e VAI impõem o caos nas agências do Itaú

Para se adequar à legislação, o Itaú determinou que o tempo de fila não pode ultrapassar 15 minutos para atendimento no segmento IA e Emp; e 10 minutos para o seguimento Uniclass e Personnalité. Só que, neste tempo, os bancários precisam oferecer produtos para os clientes. Ao atender o cliente no caixa, há a oportunidade de fazer negócios, porém, é necessário tempo para realizar a venda. Com isso, ou o bancário cumpre tempo de fila, ou vende o produto. E se o funcionário tenta vender o produto, estoura o tempo de fila. Mas se cumpre o tempo de fila, perde a venda.

E um dos itens do GERA é justamente a contabilização do tempo de espera na fila, mas o Itaú mudou este parâmetro na segunda semana de junho, sem aviso prévio, o que vai prejudicar na performance dos funcionários.

VAI (perder o emprego se não fizer 30 contatos por dia)

Além disso, o Itaú implantou um programa chamado VAI, por meio do qual os bancários devem fazer 30 contatos por dia. As ligações não completadas não são computadas. Dos 30 contatos, obrigatoriamente oito ligações pela VAI devem ser efetivas, ou seja, o cliente aceitou ou recusou a ligação. E do total de oito, ao menos três precisam se converter na venda de algum produto.

Gestores ameaçam que a empregabilidade do bancário que não atuar na VAI estará em risco.

Além disso, o Itaú alegou uma redução das metas em junho. Mas com base nas informações passadas por bancários, o que houve foi aumento das metas.

Evolui: justificativa para demitir

Nas agências existe uma ferramenta de avaliação chamada “Evolui”, por meio da qual os gestores avaliam os seus funcionários, baseados em eixos: X (vendas) e Y (a maneira como os colegas o avaliam). Com base nestes quesitos, os bancários são classificados em três quadrantes: “abaixo do esperado”, “dentro do esperado” e “acima do esperado”.

Os funcionários alegam que os critérios da avaliação não são claros e influenciados de acordo com a vontade de cada gestor. Se tornando uma avaliação subjetiva e uma justificativa para demitir. 

 

Remuneração variável inatingível

Dentro do Programa GERA, o Gerente Geral Agência (GGA) e o Gerente de Agência (GA), poderão ganhar, a título de remuneração semestral, um valor determinado para cada cargo. Só que os gerentes ouvidos afirmam que pouquíssimos gerentes irão conseguir essa remuneração semestral, porque além de terem de atingir 1.200 pontos no programa mensal, ainda precisarão cumprir a porcentagem semestral exigida em cada item do GERA que, em alguns deles, chega a 200%. Ou seja, parece algo interessante na regra, mas inviável para a grande maioria na prática.

O aumento de metas vem ocorrendo em meio ao fechamento de agências e da redução de postos de trabalho nas unidades que ainda permanecem em funcionamento. Isto leva as agências e bancários remanescentes a ficarem mais sobrecarregados. Uma situação insustentável que está levando muitos bancários a adoecerem por causa do acúmulo de função, e da cobrança por resultados cada vez maior. Uma situação que precisa urgentemente ser revista pela direção do banco Itaú.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região

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