Santander ignora responsabilidade social ao priorizar crescimento seletivo no Brasil

23/05/2023

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Santander ignora responsabilidade social ao priorizar crescimento seletivo no Brasil

No primeiro trimestre de 2023, o Santander apresentou resultados que refletem uma mudança significativa em sua estratégia de negócios. Um dos principais destaques negativos no balanço é a queda do lucro e o aumento das Provisões para Devedores Duvidosos (PDD). Esses dados indicam uma deterioração na qualidade dos ativos. 

Além disso, em comparação aos demais bancos de grande porte do país – Banco do Brasil, CAIXA, Bradesco e Itaú -, o Santander registrou o menor crescimento da carteira de crédito. Isto demonstra uma postura mais conservadora adotada pelo banco desde o ano passado. Segundo o economista Gustavo Machado Cavarzan, da subseção do Dieese na Contraf-CUT, “o banco tem direcionado esforços para atrair e atender clientes de alta renda, visando aumentar a receita nesse segmento, que é oito vezes maior do que a receita proveniente de clientes de varejo”, apontou Gustavo. 

No último balanço o Santander registrou um crescimento de 36% de clientes de alta renda, chegando aos 834 mil clientes, e estabeleceu a meta de alcançar 1 milhão de clientes deste segmento até o final do ano. O segmento já representa mais de 60% dos investimentos do banco em pessoas físicas. 

Rita Berlofa, funcionária do Santander e secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, tem levantado questões sobre a preocupação do banco com a atual situação econômica do país, ao apontar que a população comum enfrentará dificuldades para pagar empréstimos. “É lamentável observar a falta de responsabilidade social do Santander ao adotar uma estratégia que prioriza o lucro em detrimento da população em geral. Ao focar no segmento de alta renda e nas grandes empresas, o banco está contribuindo para aumentar ainda mais a concentração de renda no país. Essa postura demonstra um descaso com a situação econômica atual e revela uma falta de compromisso com a redução das desigualdades sociais. É inaceitável que uma instituição financeira tão influente não esteja atuando de forma mais inclusiva e solidária”, afirmou. 

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT 

 

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