Sindicato se reúne com o Bradesco para discutir a reestruturação e questões do seguro saúde
04/04/2024
Bradesco
Nesta terça-feira, 2 de abril, o Sindicato se reuniu com representantes do Bradesco e da seguradora de saúde, em Belo Horizonte, para tratar do processo de reestruturação do banco, do fechamento de agências e também de problemas enfrentados no seguro de saúde e odontológico.
Os trabalhadores foram representados pelo presidente do Sindicato, Ramon Peres, e pelos diretores Giovanni Alexandrino, Geraldo Rodrigues, Carlos Augusto Vasconcelos e Elcio Chaves. Também participou o presidente da Fetrafi-MG, Carlindo Dias (Abelha). Já pelo Bradesco, estiveram presentes a diretora de Relações Sindicais (SP-Matriz), Eduara Cavalheiro, o também representante das Relações Sindicais, Eduardo, além dos representantes da seguradora.
Seguro saúde
Em janeiro deste ano, o Sindicato enviou um relatório ao banco em que cobrava melhorias na rede credenciada, inclusão de mais hospitais, clínicas e especialistas no atendimento às pessoas com Transtorno Espectro Autista (TEA). Em resposta, a Seguradora afirmou que está trabalhando na prospecção de novos profissionais ao seguro e que alguns problemas específicos que haviam sido reportados foram solucionados, como o recredenciamento do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Sete Lagoas, e novo credenciamento da clínica Inova em São João del-Rei.
"Apesar dos avanços conquistados, é necessário que o Bradesco realize mais investimentos na saúde das bancárias e bancários. Um banco que lucra tanto, tem condições de contratar um plano de saúde que realmente atenda às demandas dos trabalhadores, já que a própria instituição financeira tem responsabilidade no adoecimento da categoria devido às cobranças excessivas de metas e ao assédio moral", destacou Ramon Peres, presidente do Sindicato.
Saúde dental
Na reunião, um representante da Odontoprev esclareceu que a rede está trabalhando na ampliação dos profissionais e clínicas odontológicas credenciadas, visando, principalmente, a inclusão dos municípios mais distantes dos grandes centros. Foi destacado, também, que a cobrança de aditivos financeiros na realização de procedimentos odontológicos é proibida e, mediante tal situação, o bancário deve realizar uma denúncia na central Bradesco Dental, pelo telefone 0800 702 9000.
Reestruturação
O Sindicato questionou os representantes do Bradesco sobre a reestruturação em curso, em temas como o fechamento de agências, remuneração variável, carreira fechada e contratação de mercado. A entidade cobrou melhor comunicação com os funcionários sobre o que se passa no banco.
Segundo o Bradesco, o setor sofreu mudanças com o avanço tecnológico e a pandemia foi um catalisador. Atualmente, apenas 2% das transações bancárias são realizadas nas agências. Portanto, a readequação dos pontos de vendas é necessária para acompanhamento do movimento de mercado. O resultado do Bradesco sofreu impacto relacionado à inadimplência, resultado de inflação e juros altos. O banco precisa reduzir o custo de servir, buscando maior eficiência, entretanto, não significa redução da força de vendas.
O banco informou, ainda, que o fim da carreira fechada não significa que não seja privilegiada a carreira interna. O Bradesco disse que continuará dando oportunidades e investindo no desenvolvimento dos seus funcionários e explicou, ainda, que serão feitas contratações pontuais de mercado como duas que já estão em andamento para a área de Recursos Humanos e outra para a área digital.
Remuneração Variável/PDE
Segundo o Bradesco, o PDE continua em vigor e existem estudos para mudanças e melhorias. O Sindicato cobrou, na mesa, que a remuneração variável seja para todos os bancários e bancárias, sem distinção de cargo, tendo em vista que todos são responsáveis pelos resultados do banco.
Fechamento de agências
Questionados sobre a transformação de agências em unidades de negócios, os representantes do Bradesco afirmaram que é realizado um estudo prévio antes da tomada de decisão e que a readequação não significa redução da força de trabalho. O banco assegurou, ainda, que todo o quadro de funcionários das agências fechadas será reaproveitado na agência incorporadora ou em outra dependência do Banco.
"É muito difícil entender um banco que lucra R$ 16,3 bilhões e continua fechando agências no país inteiro. O Bradesco explica que está colocando em prática o plano de ação para melhorar sua performance junto ao mercado, mas exigimos que isso seja feito sem prejuízos às trabalhadoras e aos trabalhadores. Estamos atentos e vigilantes!", afirmou Giovanni Alexandrino, diretor do Sindicato.
Para Elcio Chaves, também diretor do Sindicato, este cenário indica que o Bradesco continuara fechando agências. “Os bancários estão sentindo essa tortura psicológica, que resulta em quadros de adoecimento, como burnout, depressão, síndrome do pânico e estresse. O Sindicato está acompanhando a situação por meio dos departamentos de Saúde e Jurídico. Caso essa lógica perdure, vamos partir para ações sindicais", alertou Elcio Chaves, funcionário do Bradesco e diretor Jurídico do Sindicato.