Quarta mesa de negociação do BB discute diversidade e igualdade de oportunidades

19/07/2024

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Quarta mesa de negociação do BB discute diversidade e igualdade de oportunidades

Na manhã desta sexta-feira, 19, em São Paulo, foi realizada a quarta mesa de negociação específica da Campanha Nacional 2024 para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Banco do Brasil. A pauta principal da reunião foi diversidade e igualdade de oportunidades.

Antes de iniciar o debate sobre o tema principal, o banco respondeu ao pedido do movimento sindical apresentando o quadro atualizado da quantidade de horas negativas que os bancários precisam compensar até maio de 2025. Dos 5.497 trabalhadores com banco de horas negativo, 755 têm mais de 60 anos.

Igualdade de Oportunidades - O Banco do Brasil apresentou um panorama atual sobre a igualdade de oportunidades dentro da instituição. Atualmente, o BB conta com 25.724 funcionários negros, o que representa 29,51% do quadro total. Desses, 2.130 ocupam posições de liderança, correspondendo a 28,24% dos líderes. O banco também destacou as cotas raciais nos processos seletivos e o programa "Raça é Prioridade", com 150 pessoas em processo de aceleração para liderança.

Mulheres - O Banco do Brasil possui, atualmente, 35.681 mulheres em seu quadro funcional, representando 40,94% do total. No entanto, apenas 26,79% das líderes são mulheres. Para aumentar a representatividade feminina em cargos de liderança, o banco apresentou programas com ações afirmativas. Foi citado concurso recente para superintendente regional, no qual cerca de 70% das aprovadas foram mulheres.

Demandas da CEBB - A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou programas que incluam cotas nos concursos públicos para pessoas trans e mais ações afirmativas para pessoas com deficiência (PCDs).

Canal de Assédio Moral

O Banco do Brasil atendeu reivindicação do movimento sindical e divulgou o crescimento dos números do canal de denúncias, destacando sua efetividade. Em 2022, 26,9% dos protocolos envolvendo conduta de cunho sexual resultaram em demissões por assédio sexual. Em 2023, esse percentual aumentou para 45,9%. Nos primeiros seis meses de 2024, 65% dos processos de cunho sexual já resultaram em demissões.

"Isso mostra claramente a importância da efetividade do canal. A pessoa tem que ter confiança para denunciar e saber que a denúncia será corretamente investigada e os culpados punidos", afirmou Fernanda Lopes, coordenadora da CEBB, sobre o canal de denúncias.

Discriminação - Desde junho do ano passado, foram catalogados os números de condutas indevidas. Nesse período, 17 denúncias foram investigadas, das quais 65% envolveram raça, 17% gênero, 12% homofobia e 6% crença religiosa. No segundo semestre do ano passado, foi registrada a primeira demissão por racismo na história do Banco do Brasil.

Nome Social - O movimento sindical reivindica que todas as pessoas que utilizam um nome distinto do registro civil tenham o direito de usar o nome social. O BB informou que essa mudança já está em processo e se comprometeu a trazer atualizações no próximo encontro.

Licença Parental - Outra reivindicação é a licença parental remunerada de 12 meses, a partir do nascimento, adoção ou do fato gerador do direito à licença parental, para cada pessoa de referência da criança ou do adolescente, limitada ao máximo de duas pessoas, sem prejuízo do emprego ou salário. No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto e se estenderá por período igual ao da internação hospitalar do prematuro. Se a pessoa gestante desejar iniciar a licença antes do parto, a outra pessoa de referência poderá optar por iniciar a sua licença a partir do parto. O banco se comprometeu a analisar a pauta e afirmou reconhecer o benefício desta reivindicação.

Etarismo - A CEBB também reivindicou políticas para combater o preconceito etário. Grande parte da discriminação contra pessoas mais velhas está relacionada a estereótipos, como dificuldades no aprendizado e com a tecnologia, além de problemas de integração ao ambiente.

Pessoas com deficiência

No BB, considerando todos os cargos, pessoas com deficiência representam 2,86%. Em liderança, são apenas 1,29%. Os trabalhadores reivindicam políticas afirmativas para PCDs e neurodivergentes, além de ampliação da redução da jornada para pais e responsáveis por PCDs, para 3 e 2 horas dos funcionários de 8 e 6 horas, respectivamente. Devido à amplitude do tema, o movimento sindical avalia a necessidade de uma mesa específica.

Junto a esse grupo, o banco também iniciou dois grandes projetos para apoio e orientação aos gestores, acompanhamento dos funcionários e diálogo com a equipe que os recebe, além de prestar atendimento psicológico. Neste ponto, o movimento sindical levanta a possibilidade de acumular auxílio a filho com deficiência com auxílio creche. "Reivindicamos que o auxílio a filho com deficiência seja cumulativo com o auxílio creche/babá, já que as mães atípicas estão entre os grupos com menor renda, por serem majoritariamente mães solo e terem maiores dificuldades no encarreiramento. Além disso, os gastos com terapias são altíssimos. Acumular esses valores é fundamental para garantir que os responsáveis possam oferecer todo o suporte necessário aos seus filhos nos primeiros anos de vida", afirmou a secretária da Juventude da Contraf-CUT, Bianca Garbelini.

Avaliação positiva – “Foi, sem dúvida, uma das mesas mais tranquilas que tivemos até agora na Campanha Nacional, pois a atual gestão do Banco do Brasil vem avançando muito na questão da diversidade. Em alguns temas, como a licença parental de 12 meses, o banco inclusive se adiantou e disse que já está em estudo. Avaliamos positivamente esta quarta negociação e buscamos avançar ainda mais nestas questões”, destacou Rogério Tavares, Secretário-Geral do Sindicato e representante de Minas Gerais na CEBB.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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