Banco Central decide manter juros elevados, prejudicando o crescimento do Brasil
01/08/2024
Notícias
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) confirmou as expectativas do mercado e manteve a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em 10,5% ao ano. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 31, e a entidade justificou a manutenção da Selic por causada piora das expectativas da inflação e valorização do dólar frente ao real.
"Mais uma vez, denunciamos que a entidade está boicotando a economia do país. Primeiro, porque a inflação segue dentro da meta e, segundo, porque a Selic não é o único instrumento para atuar no câmbio. O que, de fato, estamos colhendo com a Selic elevada são prejuízos à economia do país, porque reflete no aumento dos juros cobrados pelo sistema financeiro. Aumenta os custos para as famílias, para as empresas e para o estado brasileiro", alerta a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.
Sobre o argumento da inflação, os movimentos sociais destacam que o IPCA, divulgado pelo IBGE, segue controlado. A meta de inflação para o país neste ano é 3%, com intervalo de 1,5% para mais ou para menos. O índice segue abaixo do teto e acumulava alta de 4,23%, nos últimos 12 meses no último comunicado do IBGE divulgado em julho.
Já, em relação ao dólar, as entidades representativas dos trabalhadores lembram que o BC tem outros instrumentos para intervir no câmbio, como as operações de venda de moeda no mercado futuro (contratos de swap cambial), vendas diretas de dólar e os chamados leilões de linha.
“Os juros mantidos em patamares tão altos também prejudicam investimentos essenciais do governo para melhorar a vida da população, seja em saúde, educação, programas sociais ou infraestrutura. Só em 2023, foram pagos mais de R$ 732 bilhões com juros da divída pública, dinheiro que poderia ir para outras áreas. Para se ter ideia, são mais de quatro vezes o que o governo investiu no Bolsa Família”, explicou Ramon Peres, presidente do Sindicato.
Veja o quadro:
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT