Mesmo com aumento nos lucros, banqueiros choram e propõem precarizar salários

07/08/2024

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Mesmo com aumento nos lucros, banqueiros choram e propõem precarizar salários

Na 6ª rodada de negociação da Campanha Nacional dos Bancários, nesta quarta-feira, 7, o Comando Nacional cobrou da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) aumento real nos salários, aumento na PLR e melhorias nas demais cláusulas econômicas. Na Consulta Nacional deste ano, realizada com 47 mil trabalhadores em todo o país, tais reivindicações foram apontadas como prioridades.

O porta-voz da Fenaban falou de aumento de concorrência no setor, diante do surgimento de novas instituições de pagamento. Disse, ainda, que essa concorrência coloca o setor bancário em risco e sugeriu propostas que poderiam precarizar direitos e rebaixar os salários.

“Os bancos estão chorando de barriga cheia. Mostramos que, entre 2003 e 2023, o lucro líquido dos maiores bancos no Brasil cresceu 169% acima da inflação. Além dos lucros, os bancos sempre mantiveram rentabilidade significativa no país, mesmo em momentos de crise, com crescimento médio de 15% acima da inflação. A título de comparação, os bancos dos Estados Unidos têm rentabilidade média de 6,5% acima da inflação, na Espanha 10% e na Inglaterra 9%", destacou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Os trabalhadores ressaltaram ainda que, apesar de a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) ter garantido aumento real de 21%, entre 2003 e 2023, efetivamente, os ganhos reais no período foram de 16% por causa da rotatividade no setor. E, nos últimos oito anos, os bancários tiveram um déficit nos salários de 0,3%, abaixo da inflação.

Principais reivindicações da mesa:

Recomposição salarial - Reposição da inflação, pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%.

PLR - Garantia de que todos, independentemente de faixa salarial e incluindo aposentados e afastados por motivos de saúde ou acidente, tenham participação nos lucros, a partir do pagamento de três salários-base, mais verbas fixas reajustadas. A título de parcela adicional, a categoria reivindica valor fixo de R$ 15.400,07, corrigido pelo INPC, mais aumento real de 5%. Outra demanda é que os bancos não descontem da PLR outros pagamentos feitos por planos próprios e sejam mais transparentes sobre as regras usadas para calcular e pagar a PLR.

Auxílio alimentação e auxílio refeição - Aumento do VA dos atuais R$ 835,99, pagos mensalmente, para R$ 1.412,00, e aumento do VR dos atuais R$ 1.060,84, pagos sob a forma de 22 tickets de R$ 48,22, para R$ 1.412,00, pagos em 23 tickets de R$ 61,39.

Auxílios creche e babá - Pagos no valor de um salário-mínimo, R$ 1.412,00.

Endividamento entre os bancários - O Comando Nacional também levou à mesa resultados da pesquisa sobre a situação de endividamento da categoria: 71% estão com dívidas. A reivindicação é para que os bancos atuem, por exemplo, com a criação de crédito consignado, com juros abaixo dos praticados, para os funcionários.

Dia de mobilização - O próximo encontro com a Fenaban será em 13 de agosto. O Comando cobrou que os bancos tragam, no dia, propostas já debatidas até o momento na Campanha Nacional. No dia 12, a categoria realizará um Dia Nacional de Luta, para cobrar propostas decentes dos bancos.

Calendário das próximas negociações

  • 13/08 – Cláusulas econômicas
  • 20/08 – Em definição
  • 27/08 – Em definição


 
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

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