Juros altos contribuem para o endividamento dos brasileiros e favorecem interesses privados
16/08/2024
Notícias
Por Ramon Peres, presidente do Sindicato
Desde o início de 2023, o Sindicato tem se mobilizado contra a alta taxa de juros praticada pelo Banco Central (BC), que prejudica a geração de empregos e encarece a vida em nosso país. De março de 2021 a agosto de 2022, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumentou a taxa básica de juros (Selic) 12 vezes, fazendo com que o Brasil tivesse uma das maiores taxas de juros do mundo. Atualmente, em agosto de 2024, a Selic é de 10,50%, valor ainda muito elevado e que contribui para a estagnação da economia.
Em nossas mobilizações, que começaram quando a Selic era de 13,75%, vínhamos denunciando que a alta taxa de juros estava relacionada a interesses privados. E em consonância a isso, recentemente, a primeira turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) autorizou a investigação contra o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, por suposto esquema para lucrar com a alta da Selic e por manter dinheiro em paraísos fiscais no exterior.
Os juros altos favorecem apenas os detentores dos títulos da dívida pública, como as instituições financeiras, por exemplo. Em contrapartida, a população é prejudicada e tem seu poder de compra reduzido. Os alimentos ficam mais caros, as famílias têm maiores dificuldades em conseguir realizar o sonho da casa própria e a economia fica estagnada. É preciso que o BC pense mais na população brasileira e pare de priorizar os especuladores, rentistas e interesses de super ricos.
Cerca de 72,5 milhões de brasileiros estavam em situação de inadimplência em maio de 2024, segundo informações do Serasa. Esse cenário de endividamento se torna ainda mais recorrente quando a taxa básica de juros está alta. Além disso, com a Selic como está, o governo acaba gastando mais com os juros da dívida pública, o que gera uma retirada de investimentos em áreas essenciais como a saúde, educação e infraestrutura. Por isso, para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e para que haja mais desenvolvimento para o país, cobramos pela redução da Selic!
Com o mote "Juros Baixos Já", o Sindicato já promoveu sete atos contra a alta taxa de juros, desde fevereiro de 2023. A última mobilização aconteceu no dia 30 de julho em frente à sede do Banco Central, em Belo Horizonte. Na data, centrais sindicais de todo o país se mobilizaram pela redução da Selic, demonstrando que a pauta deve ser prioridade para todos.
A atual taxa básica de juros praticada pelo Banco Central é inaceitável. Queremos juros baixos já!