A quem interessa o fim dos sindicatos?

18/09/2024

Notícias
A quem interessa o fim dos sindicatos?

Imagine que você mora em um condomínio e não concorda com a administração, suas decisões e o trabalho realizado. E se, em vez de participar de assembleias, mobilizar outros moradores para participarem e influenciarem nas decisões, você faz uma campanha para que ninguém mais pague o condomínio. O que vai acontecer se grande parte aceitar seu boicote? Vai virar um caos. Vai faltar água, luz para as áreas comuns, porteiros etc.

É mais ou menos isso que querem alguns grupos que estão incentivando a desfiliação e entrega de carta de oposição da taxa assistencial cobrada ao fim da Campanha Nacional.

Nunca, em uma Campanha, conseguimos conquistar tudo o que queremos. A luta do Sindicato é constante e se acumulam conquistas a cada Campanha. Em 2024, conseguimos aumento real, manter direitos e acrescentar mais alguns. Há cerca de 30 anos, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária tinha cerca de 30 cláusulas. Hoje, são mais de 140.

Nesta Campanha, a Fenaban veio com propostas de reajuste abaixo da inflação. Ainda queria retirar direitos e dividir a categoria, acabando com nossa CCT. Queriam, por exemplo, acabar com a 13ª cesta alimentação e retirar o vale refeição das férias e de quem estivesse de licença saúde ou maternidade. Resistimos, fizemos atos e mobilizações nacionais, com paralisações de agências, e conseguimos vencer a resistência desse setor que é mais poderoso da nossa economia.

Mas, como em toda Campanha, surgem grupos de oportunistas inflamando a categoria a ficar contra a indicação de seus sindicatos. Vimos, até mesmo, a atuação de grupos que não são de bancários. Espalharam mentiras e fizeram uma campanha forte nas redes sociais e grupos de WhatsApp para influenciar a categoria a votar não nos acordos. Passaram, ainda, a incentivar o não financiamento da luta e da organização.

Temos, hoje, uma estrutura sindical que é invejada por outras categorias do Brasil e do mundo. Por sua organização e conquistas. Somos a categoria que tem mais direitos e benefícios que qualquer outra. Nenhuma categoria tem uma Convenção Coletiva tão robusta e que vale para todo o país.

Para manter essa estrutura, é preciso que trabalhadoras e trabalhadores da categoria financiem a entidade. Afinal, se não for a categoria, quem vai financiar?

Só para as negociações, foram mais de 10 viagens e estadias em SP. Fora isso, o Sindicato tem uma estrutura para atender a categoria e conta com um grupo jurídico qualificado para as demandas individuais e coletivas. E sem cobrar por isso.

E se o Sindicato acabar por falta de financiamento? Quem vai negociar pela categoria? O bancário, individualmente, vai sentar à mesa do patrão para negociar seus direitos? Terá força se for uma negociação individual ou por grupos?

Não caia na armadilha destes grupos que se colocam como defensores da categoria, mas não são. Se querem acabar com os sindicatos, é porque não estão a favor da organização da classe trabalhadora para lutar pelos seus direitos.

Em tempo: a taxa assistencial, hoje, é essencial para a manutenção do Sindicato. Sem ela, estaríamos tendo déficits todos os anos.

 

Outras notícias