CAIXA amplia lucro, mas reduz postos de trabalho e sobrecarrega empregados

CAIXA amplia lucro, mas reduz postos de trabalho e sobrecarrega empregados

Nos primeiros nove meses de 2024, a CAIXA registrou lucro líquido recorrente de R$ 9,433 bilhões, crescimento de 21,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O aumento foi impulsionado pela redução de 13,5% nas provisões para perdas associadas ao risco de crédito e pelo crescimento de 7,0% nas receitas de prestação de serviços.

“Contudo, esse desempenho financeiro positivo contrasta com a realidade enfrentada pelos empregados e pelos milhões de clientes da instituição, que se deparam com a redução de postos de trabalho e o fechamento de unidades de atendimento em todo o país”, afirmou a diretora do Sindicato e da Contraf-CUT, Eliana Brasil, que coordena a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da CAIXA.

Nos últimos doze meses, a CAIXA reduziu, drasticamente, seu quadro de empregados e os pontos de atendimento. Foram fechados 3.413 postos de trabalho, deixando o banco com um total de 83.640 empregados no terceiro trimestre de 2024. A diminuição vai na contramão da demanda que só aumenta, com acréscimo de 2,08 milhões no trimestre.

Essa política de cortes coloca pressão cada vez maior sobre empregados remanescentes, lidando com uma carga de trabalho cada vez maior e uma estrutura reduzida. Para agravar a situação, foram fechadas 114 agências, 233 unidades do Correspondente Caixa Aqui e 156 lotéricas no último ano. Em contrapartida, a abertura de apenas 23 postos de atendimento e uma agência móvel são medidas insuficientes para atender à crescente demanda de clientes, especialmente nas regiões mais distantes e carentes de serviços bancários.

“A decisão da CAIXA de priorizar lucros crescentes às custas da estrutura de atendimento e da qualidade de vida de empregados e empregadas levanta questionamentos sobre o compromisso da instituição com seu papel social, especialmente em um banco público, cuja função deveria ser facilitar o acesso aos serviços financeiros de forma justa e eficiente. O fechamento de agências e a redução de postos de trabalho mostram um claro descompasso entre o lucro recorde e a qualidade do atendimento, comprometendo a experiência dos clientes e prejudicando trabalhadores que permanecem no banco”, destacou a coordenadora da CEE.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

 

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