O Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 13,872 bilhões em 2024. O número representa crescimento de 48,6% em relação a 2023. No quarto trimestre, o lucro líquido foi de R$ 3,855 bilhões, frente aos R$ 3,664 bilhões do trimestre imediatamente anterior, representando uma alta de 5,2% no período. O lucro obtido na unidade brasileira do banco, em 2024, representou 19,26% do lucro global, que foi de € 12,574 bilhões, alta de 14% em doze meses.
As receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias aumentaram 10,9% em relação a dezembro de 2023, totalizando R$ 22,6 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR, por sua vez, aumentaram 7,6% no período, somando R$ 12,1 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco em 2024 foi de 185,8%.
“Só com o que arrecada de tarifas dos clientes, o Santander paga quase duas vezes a sua folha de pagamento. O banco, infelizmente, prefere usar este dinheiro dos clientes para aumentar o lucro e, consequentemente, os bônus dos diretores e os dividendos dos acionistas ao invés de investir em contratações visando a melhoria do atendimento e a redução dos adoecimentos causados pela sobrecarga de trabalho e pelas metas sempre crescentes. Um desrespeito completo do banco espanhol para com os brasileiros, tanto clientes quanto empregados do banco”, afirmou Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE).
Empregos e estrutura física
A holding Santander encerrou o ano com 55.646 empregados, com a abertura de 35 postos de trabalho em doze meses (611 no trimestre). A base de clientes aumentou 2,5 milhões em relação a 2023, totalizando 68,9 milhões. “A base de clientes aumentou 71 mil vezes mais do que o número de postos de trabalho, o que, inevitavelmente, resultará em mais sobrecarga de trabalho e mais adoecimento para os bancários, e na piora do atendimento à população, que já arca com juros abusivos e tarifas extorsivas para, em troca, ter um atendimento precarizado causado pela falta de funcionários”, afirmou Wanessa.
Em doze meses, foram fechadas 247 lojas e 166 Postos de Atendimento Bancários (PABs) em doze meses. Apesar do Santander não informar o número de agências físicas em seu balanço, na relação presente no site do Banco Central, em novembro de 2024, o banco possuía 2.433 agências físicas, uma redução de 96 unidades em relação a dezembro de 2023. Isto significa empurrar clientes para canais digitais e promover exclusão bancária.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com SP Bancários e Contraf-CUT