O setor bancário eliminou 6.198 postos de trabalho em 2024, segundo dados da Pesquisa do Emprego Bancário elaborada pelo Dieese com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). O setor caminha em sentido contrário ao do mercado de trabalho geral do país que, no mesmo período, abriu 1.693.673 postos de trabalho, 16,3% a mais do que em 2023.
Contabilizando apenas as atividades econômicas com mais de 10 mil trabalhadores e excluindo a categoria bancária, nota-se que, de 458 atividades, 407 abriram novas vagas (+ 1,7 milhão de postos de trabalho) e 51 atividades reduziram vagas (-44,9 mil). Isto é, 88% com saldo positivo o que enfatiza o bom desempenho das demais categorias perante a bancária.
“Os bancos batem recordes consecutivos de lucro e rentabilidade. E, mesmo com lucros que crescem sem parar, demitem seus funcionários, num total descaso com os trabalhadores, suas famílias e as consequências sociais e econômicas para o país”, avaliou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. “Em contrapartida, vemos a categoria adoecida em decorrência da sobrecarregada e das cobranças abusivas pelo cumprimento de metas e a população a cada dia pagando tarifas mais caras por serviços que ela mesma precisa se virar para realizar. São operações pelas quais ela paga e que deveriam ser realizadas por um trabalhador bancário”, completou. “E não se engane com bancos e fintechs que dizem não cobrar tarifas. Eles cobram pelos serviços por meio de taxas de juros mais altas”, continuou.
Fechamento de postos de trabalho
Durante todo o ano de 2024, apenas em janeiro e fevereiro os bancos contrataram mais do que demitiram. Nos 10 meses seguintes, o número de demissões superou o de contratações, resultando no saldo de quase 6,2 mil postos de trabalho a menos no setor. “A maior responsabilidade pelo fechamento de vagas no setor está associada aos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, atividade em que estão inseridos os principais bancos privados e o Banco do Brasil, com a extinção de 3.608 vagas, e a Caixa Econômica com a eliminação de 3.198 vagas bancárias”, observa o Dieese no texto da pesquisa.
Gênero, cor da pele e idade
Mais uma vez, há prevalência de saldo negativo entre as mulheres. Dos 6.198 empregos eliminados, 72,8% eram ocupados por mulheres, refletindo a menor contratação feminina, que representou apenas 44%. No que diz respeito à movimentação segundo a faixa etária, há saldo positivo para as faixas até 29 anos (+8.190 vagas) e negativa para faixas superiores (-14.388).
Em seguida, as informações sobre Raça/Cor (nomenclatura utilizada nas bases de dados do Ministério do Trabalho, cujo registro parte de autodeclaração do trabalhador) revelam que, em 2024, o saldo para pessoas pretas e pardas foi positivo em 904 vagas. Porém, ao se analisar a remuneração, a maior diferença salarial na categoria ocorre entre homens não negros (R$ 8.298,49 na admissão e R$ 9.756,27 no desligamento) e mulheres negras (R$ 5.000,02 na admissão e R$ 5.771,76 no desligamento.
Veja a íntegra da pesquisa do Dieese clicando aqui.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT