Itaú responde a questionamentos do GT de Saúde sobre clínicas médicas, Ombudsman e medidas contra assédio
12/03/2025
Itaú
O Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú reuniu-se com representantes do banco nesta terça-feira, 11. Entre os temas abordados, estiveram as falhas no atendimento das clínicas terceirizadas, a confiabilidade do Ombudsman e o tratamento do banco em relação aos casos de assédio moral/sexual. Também foi cobrado um retorno sobre a proposta de criação de uma cartilha de acolhimento e orientações para bancários afastados por licença saúde.
Problemas com as clínicas médicas
Um dos principais pontos da reunião foi a denúncia de que bancários, ao comparecerem para exames periódicos ou de retorno ao trabalho, encontravam seus Atestados de Saúde Ocupacional (ASO) já prontos, sem que tivessem sido efetivamente avaliados. O banco reconheceu a existência de falhas e afirmou que as clínicas são terceirizadas, mas que há um acompanhamento para garantir que esses serviços atendam às expectativas da instituição.
Uma das medidas apresentadas pelo banco foi a criação de salas ocupacionais dentro de suas próprias unidades em capitais e grandes cidades. Essas estruturas permitem mais controle sobre os atendimentos e reduzem a necessidade de encaminhamento às clínicas terceirizadas. No entanto, o movimento sindical questionou como será a situação dos trabalhadores de pequenas cidades.
A coordenadora da COE Itaú, Valeska Pincovai, destacou a importância da pressão sindical para garantir melhorias concretas para os bancários. "O Itaú admite falhas, mas só avança quando os problemas são levados pelo movimento sindical. Seguiremos cobrando para que as mudanças aconteçam de fato e beneficiem os trabalhadores, especialmente aqueles que estão mais vulneráveis, como os que dependem das clínicas terceirizadas e os que enfrentam assédio dentro do banco", afirmou.
Ombudsman e denúncias de assédio
Outro tema abordado foi a falta de credibilidade do Ombudsman do banco, canal oficial de denúncias da instituição. Segundo os sindicatos, há relatos de bancários que utilizaram o canal e acabaram demitidos, o que gera desconfiança. O banco afirmou que há espaço para melhorias no serviço, mas defendeu sua confiabilidade.
O Itaú também apresentou seu Guia de Orientação para o combate e prevenção aos assédios moral e sexual e à discriminação nos locais de trabalho, que consiste em cursos obrigatórios para todos os funcionários, com atualizações anuais, incluindo vídeos e uma cartilha.
A coordenadora do GT, Rosângela Lorenzetti, reforçou a necessidade de aprimoramento dos canais de denúncia e de acolhimento aos bancários em situação de afastamento. "O banco precisa garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso, além de aperfeiçoar seus serviços de saúde. Vamos continuar monitorando essas questões e pressionando por avanços, principalmente no que diz respeito às denúncias de assédio e à confiabilidade do Ombudsman", declarou.
Cartilha de acolhimento
Sobre a proposta dos trabalhadores de criação de uma cartilha de acolhimento e orientações para bancários afastados por licença saúde, o banco informou que incorporou o material sugerido ao IU Conecta e ao aplicativo interno na seção relacionada à licença saúde. Os representantes sindicais vão analisar o conteúdo e apresentar considerações ao banco.
Para a próxima reunião, o banco se comprometeu a trazer representantes do Ombudsman para apresentar as melhorias implementadas e debater as falhas apontadas pelo movimento sindical no fluxo de apuração das denúncias.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT